SP-Aarte amplia seu campo de ação

Fruto da vitalidade econômica do Brasil? Da vitrine em que o País se transformou? Ou da garra e do crescente profissionalismo do setor? Provavelmente, dos três fatores juntos. A verdade é que a SP-Arte ganha espaço, status e credibilidade, e chega incrementada à 8a edição, de 10 a 13 de maio.

Está repleta de novidades. Pela primeira vez em oito anos, ocupa três pavimentos do pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Quase um terço das galerias participantes é formado por estrangeiros, presença que vem aumentando, mas ainda de forma pontual. Mais: um decreto do governador Geraldo Alckmin isentou as obras importadas para a feira do recolhimento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços), favorecendo as aquisições. Além disso, fechou parcerias com instituições museológicas, para fomentar a sinergia no circuito cultural ao oferecer ingressos para os museus e vice-versa. Como se não bastasse, a programação também se diversificou com laboratórios para profissionais e um núcleo editorial para produzir e fornecer conteúdo in loco. “A SP-Arte se tornou uma grande consagração no circuito cultural da cidade e está a altura de qualquer feira internacional”, disse Fernanda Feitosa, diretora da feira.

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O evento foi saudado pelo mercado desde sua primeira edição. Dizia-se que preencheria uma lacuna, pois faltava em São Paulo um centro catalisador que concentrasse o acesso à arte. Cresceu um pouco a cada ano – espaço, expositores e público. Na primeira, em 2005, participaram 40 galerias nacionais, uma estrangeira, 600 obras, ocupava 4.800 m2 e o público chegou a 7 mil pessoas. Agora, ela se estende por 15 mil m2, reúne 110 galerias, das quais 27 internacionais, são aproximadamente 3.300 obras e estima-se que o público alcance 17 mil pessoas. As obras são provenientes, por exemplo, da Espanha, da França e dos Estados Unidos, além do Rio de Janeiro e de São Paulo, de artistas representados por algumas das mais importantes galerias do mercado, como as paulistanas Vermelho, Nara Roesler e Fortes Vilaça, a londrina White Cube e a espanhola La Caja Negra. Estão presentes desde os brasileiros Tarsila do Amaral e Dudi Maia Rosa, à iugoslava Marina Abramovic, o norte-americano Josef Albers, o madrileno Enrique Radigales e a polêmica fotógrafa, também norte-americana, Nan Goldin. “O Brasil tem um mercado de arte criativo e um ambiente econômico estável, caldo perfeito para atrair o mercado internacional”, comenta Fernanda Feitosa.

A isenção, pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, do ICMS de obras importadas para a feira figura como respaldo extra às transações comerciais, já que derruba os tributos de mais de 40% para, aproximadamente, 15% do valor da obra. É um estímulo à aquisição de importados e um fomento ao intercâmbio cultural. Parcerias com o MAM, o MASP, o MIS e a Pinacoteca representam outra medida que favorecem o público e integram o circuito cultural da cidade.

Funciona assim: quem comprar ingressos para qualquer uma dessas instituições, ganha uma entrada para visitar a feira nos dias 10 e 11. A recíproca é verdadeira: o visitante da SP-Arte também recebe uma cartela para os quatro museus, válida durante o evento.

No que se refere à programação, a novidade fica por conta do Laboratório Curatorial, idealizado e coordenado por Adriano Pedrosa, em que jovens curadores submetem seus projetos e os quatro selecionados ganham uma viagem à Documenta, de Kassel, na Alemanha. Além de diálogos, organizados pelo próprio Pedrosa, com o intuito de informar o público sobre o mercado de arte e envolver galeristas, curadores e colecionadores. O núcleo editorial é constituído por segmentos: revistas de arte do exterior e do Brasil, entre elas a ARTE!Brasileiros, a exposição Arte Biblioteca, a participação de editoras de livros de arte, Cosac Naify e Tijuana, bem como diversos lançamentos, feitos pela Livraria Travessa. Fernanda Feitosa está otimista: “A feira vai além de seus quatro dias. É uma iniciativa que fomenta a atividade cultural. E é interessante observar como os brasileiros estão cada vez mais interessados em arte.”


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