SP-Arte realiza segunda edição do setor de performances

O setor de performance da SP-Arte surgiu em 2015 em parceria com Centro Universitário Belas Artes, apresentando alunos recém formados da instituição. O sucesso do projeto inspirou sua ampliação e abertura para artistas de todo o Brasil na edição de 2016. Ao todo, o projeto recebeu mais de 100 inscrições de todo o Brasil e de países como Colômbia, Dinamarca, Portugal e Austrália. Cauê Alves, professor e coordenador do curso de Artes Visuais da Belas ArtesSolange Farkas, curadora e diretora da Associação Cultural Videobrasil; e Fernanda Feitosa, diretora e idealizadora da SP-Arte, selecionaram apenas 10 para apresentações em todos os dias da feira. Após o encerramento, os dois melhores trabalhos serão premiados: o primeiro lugar será contemplado com dois meses de residência artística (entre agosto e outubro) no Instituto Sacatar, na Ilha de Itaparica, Bahia; e o segundo lugar receberá uma bolsa de estudos para um curso de pós-graduação no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. A ARTE!Brasileiros separou três destaques dentre as performances:

Ensaio Sobre o Caos do coletivo Bailistas

O Coletivo Baillistas é um conjunto de artistas transmídia que trabalha com a dança contemporânea, fotografia e vídeo para resignificar em uma linguagem poética a vida nas grandes metrópoles, em especial a cidade de São Paulo. A performance proposta para a SP-Arte 2016 trata do processo de construção das séries fotográficas do grupo que acontecem desde o momento da chegada dos artistas, a sua preparação, maquiagem, figurino e montagem das cenas com alguns poucos objetos cenográficos, até o shooting do ensaio com os performers realizando uma movimentação previamente proposta pelo coreógrafo do coletivo. Todo o trabalho acontece na frente do público, desde a movimentação em si dos bailarinos até as conversas e discussões sobre a estética, conceito e produção do trabalho. O trabalho questiona os moldes da fotografia tradicional ao mostrar a realidade, ou uma parcela do tempo que já passou, propondo uma reflexão sobre a criação coletiva e a globalização de linguagens do mundo contemporâneo. Dia 8 de abril, das 17h às 19h30, e dia 9 de abril, das 13h30 às 16h30.

 

Resíduos de Alexandre D’Angeli

Uma performance que dá continuidade à pesquisa do artista Alexandre D’Angeli acerca das interações possíveis entre corpo e espaço e seus vestígios/memórias na busca por aproximações sensíveis com a arquitetura e seus equipamentos. A obra, na qual o artista fica embaixo de 250 quilos de areia vermelha, propõe pensar os vestígios imateriais resultados da ação do homem nas grandes cidades – sobras de seus projetos, investimentos, trocas e afetos. Dia 6 de abril, das 14h às 16h;  e dia 9 de abril das 16h30 às 19h30.


Filosofia do Ralo de Cadu Ribeiro

O trabalho nasceu de uma pesquisa corporal inspirada na expressão cênica do Butoh (estilo japonês de dança) com a qual o performer teve contato. Compreendida como uma performance de dança, é uma intervenção corporal que tem como poética o romance “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde. O homem-ralo é a figuração performática de um dos personagens do romance: Basil, o pintor apaixonado de Dorian, que nesta intervenção caminha/dança sobre diferentes espaços. Carregando um objeto cênico criado para a performance, uma espécie de parangolé de ralos sobre as costas, o artista se locomove com este peso opressor que lhe dá uma corporeidade própria. O ralo representa a passagem do limpo – sujo, do mundo – imundo, da juventude – velhice, mas, sobretudo, a passagem do narcisismo à abjeção. Dia 8 de abril, das 19h às 21h

Serviço: SP-Arte/2016
De 6 a 10 de abril
Quinta a sábado, 7 a 9 de abril: 13h–21h
Domingo, 10 de abril: 11h–19h
Pavilhão da Bienal
Parque Ibirapuera, portão 3
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n
São Paulo, Brasil

 


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