O longa metragem As Sufragistas, dirigido pela britânica Sarah Gavron, vencedora do premio BAFTA (Um lugar chamado Brick Lane), e com roteiro assinado por Abi Morgan, autora da premiada trama de A Dama de Ferro, chega aos cinemas brasileiros a partir de 24 de dezembro. Inspirado no movimento Sufragista, que surgiu na Inglaterra e nos Estados Unidos em meados do século 19, o filme conta a história de um grupo de mulheres que luta pelo direito ao voto, e, principalmente, pela dignidade da mulher. A produção britânica conta com a participação de Carey Mulligam, Maryl Streep, Helena Bonham Carter entre outros artistas.
O Movimento Sufragista surgiu em meados do século 19 com a intenção de garantir o direito ao voto às mulheres. Após anos de luta e protestos pacíficos, o grupo não obteve êxito. Em 1903, a campanha ganhou força na Inglaterra com a criação do Partido da União Social e Política da Mulher, fundado pela britânica Emmeline Pankhurst. A causa se radicalizou e recebeu adesão de um número maior de mulheres. O movimento chamou a atenção da mídia por conta da repressão e da brutalidade do sistema legal da época.
Tendo este contexto como ponto de partida, o filme retrata a luta de um grupo de mulheres que trabalha em uma lavanderia em Londres e é explorado diariamente pelo dono do estabelecimento. Cansadas da opressão masculina, algumas delas aderem ao movimento e começam a se encontrar clandestinamente para arquitetar planos em busca do direito ao voto e difundir o ideal libertário pelas ruas da capital.
No momento em que o Brasil assiste a um Congresso ultraconservador cortando direitos adquiridos após tanta luta, é muito oportuno assistir a um filme que trata dessa resistência. “Quando Sarah me deu o material, eu não me dei conta de quanto as vozes dessas mulheres eram contemporâneas e quanto essas questões eram vivas e relevantes” afirma Abi Morgan, roteirista do filme.
A ONU firmou um acordo de Direitos Políticos da Mulher em 1952. Este foi o primeiro instrumento de lei internacional que declarava que todos os países deveriam conceder o direito do voto às mulheres. O primeiro país a liberar o voto para as mulheres foi a Nova Zelandia, em 1893. A Inglaterra reconheceu o direito ao voto em 1928, após forte repercussão do movimento sufragista ao redor do globo. O Brasil liberou o voto em 1932. As mulheres da Arábia Saudita conquistaram o direito ao voto neste ano, e as eleições estão previstas para o dia 12 de dezembro de 2015.
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