Um dos pioneiros da arte cinética no Brasil, o escultor cearense Sérvulo Esmeraldo morreu na tarde da última quarta-feira, aos 87 anos. O artista havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) e estava internado há duas semanas. Seu velório foi realizado na capela do Palácio da Abolição, sede do Governo do Estado, em Fortaleza.
Nascido na cidade do Crato (CE), Esmeraldo começou sua produção com a técnica da xilogravura. Em 1951 trabalhou na montagem da 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Após o encerramento do evento, passou a residir em São Paulo, exercendo a função de gravador e ilustrador no Correio Paulistano.
Sua produção teve uma grande alteração quando o artista se mudou para Paris na década de 1960. Na capital francesa teve contato com os artistas Julio Le Parc e Jesús Rafael Soto, tidos como os pioneiros da arte cinética. Foi nesse período que Esmeraldo criou os famosos Excitáveis, objetos de acrílico, que reagem ao toque do espectador e mudam de cor.
Em 1977 voltou ao Brasil, trabalhando em projetos de arte pública que incluem esculturas monumentais na paisagem de Fortaleza, como o Monumento ao Saneamento da Cidade. Esmeraldo também se engajou na luta contra a ditadura militar, tendo participado do grupo de resistência América Latina Não Oficial, que ajudava refugiados do regime.
Em 2011, a Pinacoteca do Estado organizou importante retrospectiva da obra do artista. Sua última exposição A Linha, a Luz, o Crato foi realizada em 2016 na sua cidade natal, Crato (CE). O Secretário da Cultura de Fortaleza, Evaldo Lima, afirmou: “Sérvulo Esmeraldo foi uma das maiores referências da arte e cultura cearense. Fruto do Crato, no Cariri, Sérvulo floresceu e espalhou a sua arte em diversos cantos do mundo”.
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