Um lugar onde a arte acontece

Um espaço que expõe obras de jovens artistas contemporâneos brasileiros e internacionais, mas não possui coleção própria, promove debates, shows e ainda serve de ponto de encontro. O conceito de kunsthalle já é amplamente conhecido nos países germânicos, mas só chegou ao Brasil em 2012, com o projeto da curadora Marina Coelho. “Não é um museu, onde a arte fica abandonada, nem uma galeria, onde ninguém entra porque ninguém quer comprar” explica.

Para Marina o que define a Kunsthalle São Paulo como um ponto de encontro da arte contemporânea é o casamento entre as exposições de jovens artistas e os eventos discursivos, como as apresentações de musica instrumental e os debates com pesquisadores que acontecem às quartas-feiras. No sábado (8), o espaço inaugurou as mostras Mi ritorna in mente da suíça Loredana Sperini, na parte interna, e The little wild da espanhola Bel Fullana, na vitrine.

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Série “Mi ritorna in mente”, da suíça Loredana Sperini.

Segundo Marina, os dois trabalhos se caracterizam por serem uncanny – termo usado por Freud para definir aquilo que é ao mesmo tempo familiar e estranho. Essa característica serviu como ponto de partida para a série de exposições que ocupará a vitrine nos próximos meses que reunirá desenhos que causam estranhamento. Já Sperini discute a fragilidade e vulnerabilidade do corpo humano através de esculturas em porcelana, colagens de objetos encontrados em escombros da Segunda Guerra Mundial e pinturas abstratas. “O trabalho da Loredana é lindo, mas também é muito obscuro”, conta a curadora.

A mostra Mi ritorna in mente faz parte uma parceria com instituições suíças que vai até julho. A cada mês, a Kunsthalle São Paulo receberá um artista suíço que trabalha com crítica social de alguma maneira, alguns dos temas que estão por vir são: indústria da moda, sociedade de consumo e o sistema no dia-a-dia. “Sempre tento agrupar as mostras em temas”, explica “como se o visitante fosse a uma mega exposição e visse todas as obras no mesmo dia”.

A programação do espaço é aberta a sugestões e a curadora garante que analisa todas as propostas que recebe e procura uma forma de aproveitá-las. Ela relembra a ocasião em que uniu uma bailarina com formação em antroposofia, uma perfomer italiana e uma dupla de músicos instrumentais brasileiros. “O resultado foi fantástico. Eles criaram um Boitatá de borracha, produziram os sons, a roupa e os movimentos e fizeram o bicho andar por São Paulo” conta. O programa de 2014 para as exposições na parte interna já está montado, por questões de patrocínio, mas o espaço da vitrine é maleável e, segundo Marina, possibilita criações espontâneas.

Serviço

Mi ritorna in mente
 
Kunsthalle São Paulo – Rua dos Pinheiros, 411 – Pinheiros, São Paulo 
Até 8 de março
Mais informações


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