Nesta temporada de início do verão europeu, quando acontece a Bienal de Veneza, seguida da abertura da Feira de Basel, fica clara a estreita ligação do Mercado com as grandes exposições institucionais.
Em Basel, um dos artistas mais procurados e com o preço em alta é o americano Donald Judd, que tem em Veneza, no François Pinault’s Punta della Dogana Museum, uma grande sala dedicada ao seu trabalho.
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O mesmo sucede com o anglo/indiano Anish Kapoor, que mostra, no Grand Palais, em Paris, a monumental obra Leviathan e teve todos os seus trabalhos em Basel vendidos nos primeiros minutos da Feira.
Outro “best seller” do momento é o americano Alexander Calder. Presente em algumas das mais importantes galerias de Basel e com preços em alta, no segundo dia da Feira a maioria dos trabalhos já não estavam disponíveis.
A notícia da exposição da artista brasileira Lygia Clark no MoMA de Nova York, em 2014, com curadoria de Luis Pérez-Oramas, também curador da próxima Bienal de São Paulo, fez seus preços subirem vertiginosamente e seus trabalhos serem bastante disputados no mercado.
Ainda sobre os brasileiros, os nomes em alta, além de Lygia Clark, incluem Lygia Pape, com uma grande exposição no Museo Reina Sofía de Madri, Hélio Oiticica, que tem obras importantes na coleção de instituições como a Tate Modern de Londres, e Sergio Camargo.
Adriana Varejão e Beatriz Milhazes, da geração mais jovem, continuam a ter seus trabalhos muito disputados.
Um nome internacional desta geração que tem chamado a atenção é o da artista italiana radicada na França, Tatiana Trouvé. A instalação que Trouvé apresentou na última Bienal de São Paulo, 350 Points towards Infinity, foi um dos pontos altos da Mostra.A coleção Pinault, em Veneza, dedica à artista um espaço importante, e em Basel seus trabalhos foram bastante procurados.
O artista americano Richard Serra, que tem uma linda exposição na Fondation Beyeler contrapondo seu trabalho com o do escultor romeno Constantin Brancusi, também é um artista disputado; sua obra Consequences of Apples and Oranges, de 1990, foi vendida para um colecionador europeu pela Galería Elvira González de Madri, por algo em torno de 2 milhões de dólares.
Fenômenos de mercado, como Damien Hirst e Jeff Koons, continuam com força e Olafur Eliasson – o mais recente “darling” – também manteve a presença.
O pavilhão dos Estados Unidos em Veneza chamou a atenção para a dupla Allora & Calzadilla, composta pela americana Jennifer Allora e pelo cubano Guillermo Calzadilla.
Com uma obra de cunho político, a dupla teve seus trabalhos em Basel vendidos rapidamente.
Por fim, Andy Warhol, o grande teórico do mercado de arte, continua acontecendo: sua obra
One Hundred and Fifty Black/White/Grey Marilyns, pela qual se pediam 80 milhões de dólares na galeria suíça Bruno Bischofberger, foi reservada por um colecionador europeu minutos após a abertura da Feira.
Segundo a Bloomberg, vendo o grande interesse pela obra, o vendedor mudou de ideia e decidiu não vender o trabalho.
Mas as 13 caixas de Campbell’s Tomato Juice Box, de 1964, também de Warhol, com preço de U$1.1 milhão cada, foram arrematadas nas primeiras horas da Feira.
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