Wifredo Lam é um grande expoente do surrealismo, sim, mas com peculiaridades. Para ele, não bastava assimilar a tendência européia. Era preciso agregar um aporte de sua cultura. Assim, esse artista cubano, nascido no início do século XX, tornou-se um dos ícones do movimento, incorporando em suas obras os elementos da miscigenação na América tropical.
As peças provêm do acervo da Association des Amis de Wifredo Lam, uma seleção que contou com a participação de Estibil Lam, filho do artista, atento aos destinos da obra do pai.
Lam nasceu em Sagua la Grande, Cuba, em 1902, estudou arte de princípios clássicos na Academia de San Alejandro, em Havana, e já expunha nos primeiros anos da década de 1920. Quando se instalou na Espanha em busca de horizontes mais amplos, depois em Paris, teve contato com outros artistas, entre eles Picasso e André Breton, e conheceu os movimentos vanguardistas. Obrigado a sair da capital francesa por conta de suas convicções antinazistas e da invasão alemã, viveu em Marselha e na Martinica, para depois voltar a Cuba. Ao chegar, constatou as condições difíceis em que viviam seus conterrâneos, 0 ambiente que o despertou para pintar A Selva (1942-1944), uma de suas mais importantes obras. Na exposição em cartaz, além de quatro desenhos estão 120 gravuras; entre elas um grupo inspirado nessa famosa pintura do artista e que pertence ao Museu de Arte Moderna de Nova York. A seleção cobre um período de 40 anos de atividade artística, dos trabalhos que serviram de ilustração para Fata Morgana, livro de poemas de André Breton, aos últimos trabalhos que Wifredo Lam fez em 1982 quando morreu.
De 27/2 a 2/5 – Estação Pinacoteca
Largo General Osório, 66 – Centro – SP – Telefone: (11) 3335-4990
De terça a domingo, das 10h às 18h – R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia)
Grátis aos sábados
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