Nome fundamental da arte brasileira, o paraibano Antonio Dias ocupa, dos dias 14 de março a 18 de maio, o terceiro e o quarto andar da Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre (RS). Com curadoria do crítico e historiador de arte, Paulo Sergio Duarte, a exposição “Antônio Dias – Potência da Pintura” traz um panorama sobre a produção recente do artista. São 28 obras, 23 delas pinturas e outras esculturas e objetos que datam de 1999 a 2011.
Antonio Dias, que começou carreira artística muito cedo – aos 18 anos participou de suas primeiras exposições coletivas e aos 20 a primeira individual, é considerado como um elo entre o modernismo, o neoconcretismo e os artistas da década de 70. Dias, hoje com 70 anos, ainda desafia o convencional seja por meio de sua contundência plástico ou pelo seu olhar crítico e irônico. Para o curador da mostra, Paulo Duarte, a exposição “Potência da Pintura” tem a capacidade de libertar o olhar do espectador, tão imerso em telas e informação constante.
Entre os objetos que integram a exposição está a obra “Duas Torres” (2002), criadas com latas de alimentos fundidas em bronze. Nela, Antonio Dias faz referência à tragédia de 11 de setembro, nos Estados Unidos. Já em “Seu marido”, obra feita com tecido elástico amarelo, Dias faz o “retrato do homem contemporâneo”, como explica Paulo. “Vive sentado, nunca fica em pé, mas de vez em quando tem uns tremeliques. Excita-se, treme, mas depois se acalma. Essa imensa figura patética e tão divertida, sua existência quase inerte, realizada por espasmos, não tem um pouco de cada humano diante da imensidão do Ser? Esse deboche é quase um retrato”, completa o curador.
Sobre a exposição, o próprio artista, que hoje se divide entre duas residências, em Milão e no Rio de Janeiro, afirmou estar também ansioso para ver: “É uma exposição que eu mesmo espero ver, no sentido de me fazer perceber o que foi feito nestes últimos anos. Raramente tenho a oportunidade de ter quatro ou cinco telas recentes no meu atelier, são sempre poucos trabalhos e as exposições – proporcionalmente – são muitas. Às vezes, quando quero conviver mais com um trabalho, tenho que escondê-lo em outro atelier, para que eu possa ficar mais tempo pensando no que ele me propõe. Deste ponto de vista, a mostra é uma ocasião única também para mim. Isto foi possível graças à generosidade dos vários colecionadores e galeristas que emprestaram as obras”, diz Antonio Dias.
“Antonio Dias – Potência da Pintura”
Fundação Iberê Camargo
Av. Padre Cacique, 2000, Porto Alegre
14 de março a 18 de maio
Entrada Franca
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