Itália, 1942. A Força Expedicionária Brasileira reúne um grupo de engenheiros, formado por Guimarães (Daniel de Oliveira), Tenente Penha (Julio Andrade), Piauí (Francisco Gaspar) e Laurindo (Thogun Teixeira), além de alguns soldados, para trabalhar no desmonte de minas subterrâneas durante a Segunda Guerra Mundial. O Brasil luta ao lado dos Aliados (Inglaterra, Estados Unidos e França), e o objetivo principal é desarmar o exército alemão que dominava a região de San Giusto. Este capítulo pouco conhecido da campanha brasileira no conflito é narrado em A Estrada 47, longa de Vicente Ferraz (Arquitetos do Poder, de 2010, e Soy Cuba – O Mamute Siberiano, de 2005), com estreia prevista para 7 de maio.
O filme relembra que, totalmente despreparados para situações deste porte, os soldados e engenheiros brasileiros logo escancaram suas limitações quando um deles tem um ataque de pânico no posto em que ocupam, resultando em dois soldados mortos devido à explosão de uma mina. Na confusão, Guimarães, Penha, Piauí e Laurindo se dispersam do batalhão e abandonam o lugar. Líder do grupo, Penha coloca como objetivo principal encontrar tropas aliadas para tentar assegurar a própria sobrevivência.
Tudo se transforma quando os brasileiros encontram o jornalista Rui (Ivo Canelas), ávido por uma boa história e até então longe das atrocidades da guerra. Rui informa aos engenheiros que existe uma possibilidade de encontrar as tropas norte-americanas atravessando uma rodovia chamada Estrada 47. O único problema é que a estrada é a mais minada da Itália. Começa então uma saga para possibilitar a passagem por aquela via e, assim, encontrar as tropas aliadas.
O longa relata com primor a ambígua situação do exército da Itália durante a Segunda Guerra. Muitos soldados do País desertaram por não concordar com a desumanidade dos nazistas e fascistas, e passaram a combater juntamente aos Aliados. Esta situação vem à tona quando os expedicionários brasileiros encontram um italiano que passa a integrar o grupo, e o filme empresta aí um tom mais humano aos personagens.
A Estrada 47 também explora a difícil situação dos combatentes brasileiros além do front de batalha, como a fome, o desespero e até a insanidade. Em poucos momentos enfrentam as trincheiras. Isso não impede que suas histórias sejam menos duras visto que as adversidades não estavam diretamente relacionadas com o front, mas sim com o ambiente submerso pela violência da guerra.
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