A fim de pegar um cinema na cidade de São Paulo mas não está com muito tempo? A 26ª edição do Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo começa nesta quarta-feira (19) e vai até o dia 30 de agosto, com cerca de 400 filmes. O circuito será exibido gratuitamente em diversas salas de cinema e em projeções nas ruas da capital.
A Brasileiros assistiu a sete curtas que vão integrar o Festival e conta um pouco sobre eles (veja aqui a programação completa).
1 – Ouça (Finlândia/Dinamarca, 13’, dir. Hamy Ramezan, Nyoni Rungano)
A trama se passa dentro de uma delegacia em Copenhage, na Dinamarca. Uma estrangeira de burca tenta contar aos policiais sobre as agressões que sofre do marido e está decidida a largar o casamento e fugir com o filho. No entanto, sua tradutora não colabora e faz de tudo para impedir que ela consiga escapar. Trata da condição de dependência, submissão e opressão da mulher islâmica. Há preocupação em explorar os olhares dos personagens, mas a interpretação das vozes é mesmo o que importa.
2 – Suave (Reino Unido, 14’, dir. Simon Ellis)
Excelente curta do diretor Simon Ellis e ganhador de vários festivais, Suave evoca um sentimento extremamente agressivo ao apresentar um conflito entre pai, filho e uma gangue de rua que zomba e agride os dois. Ao ser confrontado, o pai insiste que a violência não é a melhor solução, mas é inseguro e dá margem para o jovem pensar o contrário. Prende do começo ao fim.
3 – O Teto Sobre Nós (Brasil, 22’, dir. Bruno Carboni)
Ao apresentar um prédio abandonado que abriga uma ocupação, O Teto Sobre Nós aborda a questão da moradia através do olhar dos desabrigados, que se alojam num prédio do qual podem ser despejados a qualquer momento. O anúncio do despejo marca a angústia dos habitantes. As filmagens foram feitas em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
4 – # (Brasil/SP, 9’, dir. André Farkas, Arthur Gutilla)
Na São Paulo noturna, um pixador sem rosto ronda a cidade para imprimir suas marcas. A técnica de lighting painting é utilizada com excelência e corrobora para a impressão de que São Paulo nunca para. Um misterioso jogo da velha é o ponto-chave da trama.
5 – Estação Atômica (Reino Unido, 13’, dir. Nick Jordan)
Documentário experimental explora as belas paisagens natural e industrial da Islândia, que se fundem com as forças cultural, política e ecológica que constituem a ilha. Tem como áudio as vozes do poeta W.H.Auden, lendo “Jornada à Islândia” (1937), e do ambientalista Ómar Ragnarsson.
6 – The Mad Half Hour (Argentina/Dinamarca, 22’, dir. Leonardo Brzezicki)
Traz uma conversa sobre existencialismo entre Juan e seu namorado, Pedro, que depois vão afogar as mágoas em um karaokê. Será que Juan consegue encontrar um sentido para uma vida tão complicada? Gravado na Argentina e na Dinamarca, o curta é dirigido por Leonardo Brzezicki.
7 – Muta (Itália, 8’, dir. Lucrecia Martel)
Em um navio ancorado em um mar tropical, uma tripulação feminina com características de inseto surgem de portais e vão passar por uma transformação. A opção de não mostrar o rosto das atrizes dá o curta, dirigido por Lucrecia Martel, um aspecto bem sombrio.
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