“Cultura é diversidade, são pessoas diferentes fazendo coisas distintas ao mesmo tempo”. Assim definiu o artista Alex Flemming.
Brasileiro, Flemming mora em Berlin, na Alemanha, há 22 anos, já viveu em Lisboa e em Nova York também, porém, nem por isso deixou de lado a arte que aqui aprendeu ou perdeu influências nacionais em sua forma de trabalhar. “Acho importante viajar, estar em contato com outras culturas, morar em outros lugares para se conhecer, de fato, as diferentes culturas que variam também com o regional. Apesar disso, minha ida para a Alemanha foi um acaso, estava sem ateliê no Brasil e fui convidado para ir viver e trabalhar lá”, contou.
Na noite de terça-feira, 11 de março, Flemming foi o primeiro convidado em 2014 da série de eventos O MAC encontra os artistas, que tem como principal objetivo aproximar público e artista em uma conversa sobre trajetória pessoal obras, inspirações, intenções e também visões a respeito do atual momento da arte no Brasil e no mundo e de seu mercado.
Autor das fotos que estampam os vidros da estação Sumaré, Flemming contou que grande parte das obras que concebeu até hoje fazem parte de series, porém, é necessário estar com a cabeça aberta para experimentar e sair ds estéticas pré-concebidos. “Quando voltei recentemente a pintura, muitos falaram que a pintura havia morrido. Morreu o cazzo! É importante para um artista navegar em diferentes formas, estilos, técnicas”.
Envolvido atualmente em três séries diferentes Caos, Alturas e trabalhos sobre papel, o artista mostrou alguns de seus trabalhos recentes e comentou o que, para ele, significa a composição de uma obra: “cor, forma e conceito”.
Além de suas pinturas, esculturas e fotografias, ele também costuma comprar e ganhar obras. “Eu tenho um grande acervo sim e acho fundamental doar parte dele de tempos em tempos, esse é o papel da elite se pretende ter um cenário forte de artes no País. O Leon Ferrari era muito meu amigo e de tempos para cá ficou famosíssimo, doei muitas coisas dele que hoje poderiam me render uns três apartamentos em Berlin”, revelou gargalhando. Apesar de fazer questão de fomentar o acervo de museu e instituições brasileiras, Flemming admitiu que muitas delas ainda são administradas de forma incompetente ou por gente que usa o prestígio do cargo para benefício próprio.
Antes de terminar, Alex Flemming também comemorou o fato de, agora, poder estar cada vez mais presente no circuito artístico brasileiro, já que vai abrir seu ateliê em São Paulo e, já nesse ano, revezar seu tempo entre Brasil e Alemanha.
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