A Segunda Guerra Mundial
Antony Beevor
Tradução de Cristina Cavalcanti
Record, 952 páginas
O inglês Beevor, nascido em 1946, começou como romancista, mas é mesmo conhecido como historiador de guerra. Autor de Stalingrado: o Cerco Fatal, Berlim 1945: a Queda e, entre outros, Dia D: a Batalha pela Normandia, já vendeu cerca de seis
milhões de livros.
O elogiado livro de Beevor investiga aspectos novos sobre o conflito mundial, salientando, por exemplo, a importância da guerra sino-japonesa iniciada com a invasão da Manchúria, em 1931. Também consegue equilibrar o painel amplo e as histórias individuais.
“A obsessão permanente do exército alemão com os franco-atiradores produziu um padrão de execuções sumárias e aldeias incendiadas. Poucas unidades se davam o trabalho de perder tempo com procedimentos legais. Na sua visão, poloneses e judeus não mereciam essas gentilezas.”
Colosso
Teixeira Coelho
Iluminuras, 212 páginas
Professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, Coelho foi curador do Masp e diretor do MAC-USP. É autor também de Niemeyer, um Romance, História Natural da Ditadura e O Homem que Vive, livros que compõem uma tetralogia com Colosso.
Entre digressões sobre arte, literatura, história e filosofia, acompanhamos Josep Marília em seu exílio político-existencial na Catalunha e sua amada Júlia, ex-guerrilheira. A jovem Amélie e o próprio narrador, um “brasilianista brasileiro”, fecham o quarteto.
“(..,) viu o navio iluminado hesitar, depois dar uma volta sobre si mesmo e lentamente emborcar sobre os rochedos: uma cena espantosa (…) ele estava tão distante que tinha a impressão de poder erguer a mão no ar, envolver o navio e endireitá-lo”.
A Última Tentação
Nikos Kazantzákis
Tradução de Marisa Ribeiro Donatiello
Grua Livros, 512 páginas
Filmado por Martin Scorsese em 1988, com Willem Dafoe no papel central, o romance valeu ao autor um processo de excomunhão na Igreja Ortodoxa Grega, depois arquivado. Kazantzákis (1883 – 1957) também é autor do livro que originou o filme Zorba, o Grego.
Reconstrução da trajetória de Jesus até o momento na cruz, em que ele se vê diante da grande e verdadeira tentação: viver a vida de um homem comum ou se entregar ao sacrifício que se tornaria um dos símbolos mais fortes da humanidade.
“Em meio à chuva e ao vento, o velho rabino ainda os enxergava, eram maltrapilhos e descalços que avançavam, subindo…,aonde iam? Em que direção? Esses esfarrapados, descalços, iletrados é que atearão fogo ao mundo? São abissais os desígnios do Senhor…”
Problema no Paraíso
Slavoj Zizek
Tradução de Carlos Alberto Medeiros
Zahar, 264 páginas
Filósofo, psicanalista e um dos maiores polemistas contemporâneos, Zizek nasceu na Eslovênia, em 1949. É diretor internacional do Instituto de Humanidades do Birkbeck College, em Londres, e professor visitante em universidades como Columbia, Princeton e Paris VIII.
Análise original e bem-humorada do capitalismo e suas consequências mais sombrias. Para defender a luta pela emancipação e heróis como Assange e Snowden, Zizek lança mão de referências inesperadas como o Gangman Style e o cinema de Ernest Lubitsch.
“Assim, na Coreia do Sul, encontramos um desempenho econômico de ponta, mas com a intensidade frenética do ritmo de trabalho; um paraíso de consumo desenfreado, mas permeado por um inferno de solidão e desespero (…)”
Memórias de um Empregado
Federigo Tozzi
Tradução de Maurício Santana Dias
Carambaia, 144 páginas
Tido como um dos nomes mais importantes da literatura italiana do século 20, Tozzi (1883-1920) é comparado por críticos a Luigi Pirandello e Italo Svevo. Esta edição vem no formato de uma caderneta de anotações, em referência ao diário mantido pelo personagem.
Um jovem parte para a pequena Pontedera, na Itália, onde passa a trabalhar numa estação de trem. O ambiente no emprego é hostil e ele encontra conforto na escrita, mantendo um diário e se correspondendo frequentemente com a amada.
“Arrancar-me da embriaguez do ócio e da vagabundagem a que me abandonei livremente dos 15 aos 20 anos me parece uma sutil crueldade. E me ofendo quando alguém tenta me convencer de que eu também devo tomar uma estrada menos cômoda, mais séria”.
Susan Sontag – Entrevista completa para a revista Rolling Stone
Jonathan Cott
Tradução de Rogério Bettoni
Autêntica, 128 páginas
Nascido em 1942, Jonathan Cott é colaborador da Rolling Stone desde sua criação, em 1967. Colabora também com veículos como o jornal The New York Times e a revista The New Yorker. No Brasil, publicou John Lennon, Yoko Ono e Eu, em 2013. O livro é a transcrição integral da entrevista de 12 horas feita em 1979 com a famosa intelectual. À época, a revista Rolling Stone publicou apenas um terço da conversa, que aborda os assuntos mais variados, da mortalidade ao rock, da literatura à urbanidade.
“Ler é minha diversão, minha distração, meu pequeno suicídio. Quando não consigo suportar o mundo, me enrosco a um livro, e é como se uma nave espacial me afastasse de tudo. Mas minha leitura não é sistemática (…) Sou muito mais ignorante do que as pessoas pensam.”
Alguém Come Centopeias Gigantes?
V. Vale (org. Fabio Massari)
Tradução de Alexandre Matias
Edições Ideal, 304 páginas
Seleção de entrevistas do zine Search & Destroy (1977-79) e da RE/Search Publications, fundada em 1980, ambos polos de resistência contracultural em São Francisco criados por V. Vale, com apoio da livraria City Lights, de Lawrence Ferlinghetti, e do poeta Allen Ginsberg. Entre os entrevistados estão escritores visionários como William Burroughs, J.G.Ballard e Philip K. Dick; músicos das bandas Devo, The Clash, Television e Dead Kennedys, além de nomes como Iggy Pop, David Lynch, Timothy Leary, Sun Ra e John Waters.
“Eu não sou um Balzac. Eu não estou interessado em tudo o que o açougueiro, o padeiro ou o fazedor de velas locais fazem. Sei que é uma fraqueza. Aceito que escrevo um tipo especial de ficção, mas dou o meu melhor dentro desta categoria” .(Ballard)
Ensaios sobre Psicologia Social e Psicanálise
Theodor W. Adorno
Tradução de Verlaine Freitas
Editora Unesp, 340 páginas
Um dos maiores expoentes da chamada Escola de Frankfurt, Adorno (1903-1969) tem vários livros publicados no Brasil, entre eles Mínima Moralia, Dialética Negativa e Teoria Estética, além da correspondência com Walter Benjamin, desta mesma coleção.
Reunião de textos voltados à construção de uma crítica social psicanaliticamente orientada. Através da análise de patologias sociais, Adorno busca compreender fenômenos como o fascismo e os impactos psíquicos do capitalismo.
“O agitador fascista é usualmente um exímio vendedor de seus próprios defeitos psicológicos. Isso somente é possível devido
a uma similaridade estrutural entre seguidores e líderes, e o objetivo da propaganda é estabelecer um acordo entre eles (…)”
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