Primeiro romance juvenil escrito pelo angolano Agualusa. Em entrevista, ele conta que o escreveu para os filhos – uma menina de 8 anos e um rapaz de 16, mesma idade de Carlos, o narrador-personagem, nascido em Luanda. Considerado literatura distópica por boa parte dos críticos, traz como enredo principal a vida no céu depois do “Grande Desastre”: surgem navios-cidade e aldeias suspensas. Há espaço para questões ecológicas atuais e alusão especial à Floresta Amazônica. Convivem referências tecnológicas contemporâneas e tradições populares da cultura oral africana, como a sangoma Sibongile, espécie de xamã feiticeira que sonha o futuro.
A Vida no Céu – Romance Para Jovens e Outros Sonhadores
José Eduardo Agualusa
Editora Melhoramentos, 127 páginas
Em um jogo de esconde-esconde à maneira de Onde está o Wally?, o autor e ilustrador Barroux convida o pequeno leitor a explorar as páginas em busca de um elefante, uma cobra e um papagaio. Ao procurá-los, o leitor se depara com o desmatamento crescente da floresta onde vivem, o que vai trazendo, progressivamente, outros tons à brincadeira.
Onde Está o Elefante?
Barroux
Tradução de Monica Stahel, WMF
Martins Fontes, 32 páginas
A ideia nasceu de um questionamento comum a tantos pais, feito pelo casal que assina o livro: como seria a vida dos filhos se eles se separassem? A resposta é uma narrativa poético-visual repleta de delicadezas. Sem mencionar em momento algum as palavras tristeza, medo ou separação, a história se constrói em torno de uma sintaxe da perda que prioriza os não ditos. É o que se observa, por exemplo, na página vazia, completamente em branco, logo depois que a “casa vira duas” – a “de lá”, do papai e a “daqui”, da mamãe. Explorando com primazia os recursos que o suporte oferece, o livro convida a visitar espaços internos e ouvir silêncios guardados.
Lá e Aqui
Carolina Moreyra
Ilustrações de Odilon Moraes,
Editora Pequena Zahar, 56 páginas
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