Tem início na noite desta segunda-feira (9), às 21h, a segunda temporada da série documental O Tempo e a Música. Realizada por meio de parceria entre a produtora Cine Group e o SESI, a série, veiculada no canal de TV a cabo Arte 1, foi iniciada, em 2016, com uma abordagem da produção da MPB nas décadas de 1960 e 1970, em projeto que teve curadoria do jornalista e musicólogo Zuza Homem de Mello.
Nesta segunda temporada, que tem direção de Janaína Dalri, O Tempo e a Música presta homenagem ao maestro carioca Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959). A condução da curadoria musical e a apresentação dos oito episódios semanais, que serão exibidos sempre às segundas-feiras, ficou a cargo de um grande defensor da memória e do legado de Villa-Lobos, o pianista Marcelo Bratke.
Além de retratar a trajetória biográfica do maestro, a série procura evidenciar a equivalente contribuição de Villa-Lobos para o universo da música clássica e para a música popular do País. “O projeto pretende revelar ao grande público as diversas faces do célebre compositor que protagonizou a criação de uma fisionomia própria para a música e para a cultura brasileiras”, explica Bratke.
Autoexplicativos, os títulos dos oito episódios já foram divulgados pelo Arte 1: Infância e Chorões; Saudades das Selvas Brasileiras; A Semana de Arte Moderna de 22; Villa-Lobos em Paris; O Folclore Sou Eu; Villa-Lobos: o Educador; Villa-Lobos: Compositor Sem Fronteiras; Os Ecos de Villa-Lobos.
Com cocuradoria de produção da artista plástica Mariannita Luzzati, mulher do pianista, O Tempo e a Música: Villa-Lobos reúne registros audiovisuais históricos do compositor e farta pesquisa iconográfica. A série traz ainda interpretações de composições do maestro e depoimentos de personalidades do meio musical, como Isaac Karabtchevsky, Turíbio Santos, Claudia Jaguaribe, Ligia Amadia, Julio Medaglia, Edu Lobo, Zuza Homem de Mello, Camila Titinger, Claudio Cruz, Nelson Ayres e Yamandu Costa.
Bratke e Villa Lobos
A paixão do pianista pela obra do maestro carioca foi intensificada a partir de 2004, quando Bratke deu início a um projeto social com cinco jovens do Jardim Miriam, bairro periférico da zona sul de São Paulo. Somando piano a instrumentos percussivos, ao lado do quinteto, que foi batizado como Camerata Brasil, Bratke realizou, em setembro daquele ano, no Carnegie Hall, a legendária casa de shows de Nova York, o primeiro de uma série de concertos nacionais e internacionais marcados, sobretudo, pela predominância de composições de Heitor Villa-Lobos no repertório.
Em 2006, beneficiado pelo Programa Vale Música, o grupo foi expandido para 13 músicos e rebatizado como Camerata Vale Brasil. Em 2007, que marcou os 120 anos de nascimento do maestro, Bratke deu início ao projeto Alma Brasileira. Inteiramente dedicado a obra do compositor e regente, a iniciativa inspirou uma derivação ainda mais significativa, o projeto Villa-Lobos Worldwide, que já percorreu mais de 50 cidades ao redor do mundo. Além dos concertos, a proposta global inclui também registros fonográficos da obra completa do maestro para piano solo. Produzida pela gravadora britânica Quartz, a série de CDs conta com distribuição em 30 países.
Reverberando a proposta de Bratke de levar a obra do maestro para além das fronteiras nacionais, O Tempo e a Música: Villa-Lobos também será exibida pelo Arte 1 em outros oito países onde o canal está disponível: Estados Unidos, Canadá, Argentina, Colômbia, Uruguai, Paraguai, Angola e Moçambique.
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