Com sessão tumultuada e voto secreto, oposição elege chapa

Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Em meio a confusão,  a Deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) confronta o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)

Depois de intervalo de meia hora, provocado por um tumulto no plenário da Câmara foi encerrada, às 18h35 desta terça-feira, 8, a sessão que elegeu os membros da comissão que analisará o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Com 272 dos 471 votos, a chapa apoiada pela oposição superou o número de parlamentares que defendem o governo, ao todo 191. 

Favorável ao impeachment, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aprovou a chamada chapa alternativa, formada por deputados que também defendem o fim do mandato de Dilma Rousseff, e decidiu abrir a votação sem permitir que os parlamentares fizessem discursos, além de não atender a questionamentos dos governistas.

A atitude irritou a bancada do PT e de partidos aliados a Dilma, que consideram a aprovação da chapa alternativa como mais uma manobra ilegítima de Cunha e defendem votação aberta para a avaliação do pedido de impeachment, ao contrário do presidente da Câmara, que assegurou a votação secreta.

Parlamentares do PC do B recorreram ao Supremo Tribunal Federal para mudar o modelo de votação e anular a sessão de hoje – que terá continuidade amanhã, 9, com a definição de outros 26 anos.

O pedido encaminhado ao STF será analisado pelo ministro Luiz Edson Fachin. Caso não seja garantida a votação aberta na Câmara, a base aliada do governo pretende atuar para obstruir a escolha.

Assim que a sessão foi iniciada, parlamentares que divergem do presidente da Câmara se colocaram em frente às cabines de votação. Deputados da oposição tentaram desobstruir o acesso aos equipamentos, acessíveis por meio de telas sensíveis ao toque humano. Em meio a confusão, três das 14 cabines foram danificadas e Cunha decidiu suspender a sessão por meia hora.

Cunha x Conselho de Ética
Pouco antes do tumulto, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados adiou pela quinta vez a votação do parecer do relator Fausto Pinato (PRB-SP) a favor da continuidade das investigações contra Eduardo Cunha. A impossibilidade de realizar a votação foi anunciada pelo presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), que marcou nova reunião da comissão para amanhã, 9.

Os deputados não conseguiram realizar a votação nesta terça-feira, por causa do tempo tomado com os debates sobre o parecer. Havia 14 deputados inscritos. Cunha é acusado de ter omitido contas na Suíça que teriam sido utilizadas para movimentar propinas decorrentes do esquema de corrupção na Petrobras. O peemedebista nega as acusações, e sustenta que não possuía contas, mas sim trusts, tipo de investimento no qual os bens são administrados por terceiros.

Há cerca de duas horas, um grupo de manifestantes a favor de Dilma Rousseff saiu às ruas do centro do Rio de Janeiro. Até o momento não há registro oficial do número de participantes.  

MAIS 

Confira a lista dos indicados para a análise do pedido de impeachment



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