Estudo realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) revela que o solo das áreas atingidas pela lama da barragem da mineradora Samarco não apresenta mais condições para o desenvolvimento de atividades agropecuárias. A área atingida pelos rejeitos é de 1.430 hectares e abrange os municípios de Mariana, Barra Longa e Rio Doce, em Minas Gerais. Nos outros locais, os prejuízos ficaram mais concentrados na calha do Rio Doce e na vegetação ciliar.
O trabalho da Embrapa começou em 18 de novembro. Foram feitas coletas em 10 pontos de amostragem da área atingida pela lama. “Apesar de não ser tóxico, o material que está se sedimentando não apresenta condições para a germinação de sementes, nem para o desenvolvimento radiculares das plantas. Além da baixa fertilidade e dificuldade de infiltração de água, o nível de matéria orgânica necessário para a vida microbiana do solo também foi bastante prejudicado”, explica Amarildo Kalil em reportagem do Estado de Minas.
A lama reduziu os níveis de potássio, magnésio e cálcio, necessários para o desenvolvimento de atividades agrícolas. O pH, que mede a acidez do solo, também foi alterado. A tendência é que o solo fique bastante compactado por causa dos altos teores de silte e areia fina, com baixa presença de argila. “A segunda etapa da análise é para saber em que este material que cobriu o solo original irá se transformar. Qual será o grau de compactação. Deveremos concluir este estudo no início de fevereiro do próximo ano”, explica o chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro. “Infelizmente, o resultado dos estudos confirmou o estrago para a atividade agropecuária na região. Nosso desafio agora, envolvendo todas as esferas do setor público, é reduzir os problemas dos produtores e buscar alternativas econômicas para eles.”
O estudo aponta redução no solo dos níveis de potássio, magnésio e cálcio que são necessários para o desenvolvimento de atividades agrícolas. O pH, que mede a acidez do solo, também foi alterado. A tendência é que o solo fique bastante compactado por causa dos altos teores de silte e areia fina, com baixa presença de argila.
O presidente da Emater-MG, Amarildo Kalil, propõe uma intensa atividade de reflorestamento, com diversas espécies nativas, na área atingida pelos rejeitos da mineração. “É um trabalho que só apresentará resultados daqui a alguns anos, mas precisa ser feito para tentar recuperar o solo”, explica. Segundo ele, a ação consiste na abertura de covas maiores onde seriam acondicionados todos os nutrientes e matéria orgânica para viabilizar o desenvolvimento das plantas.
Segundo o pesquisador da Embrapa Solos José Carlos Polidoro, a ação imediata deve ser a contenção da erosão, que ainda pode levar sedimentos da área afetada para os cursos d’água, principalmente neste período de chuvas. A Emater-MG também elaborou um plano de ação junto com a Epamig e prefeituras para fazer visitas aos produtores atingidos pelo rompimento da barragem. Estão sendo aplicados questionários para, principalmente, quantificar as perdas sofridas pelos agricultores.
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