O advogado criminal Marcelo Feller considera abusiva a ação da Polícia Federal de prender o ex-ministro Guido Mantega no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “De qualquer ângulo, parece um abuso. Se a prisão é relevante, há indícios. Mas soltá-lo com a justificativa de que sua mulher está doente é puro marketing, algo como dizer à população que todos estão sensibilizados com o momento que ele e a mulher passam.”
Mantega foi preso nas primeiras horas da manhã de hoje durante a 34ª. fase da Operação Lava Jato. O ex-ministro da Fazenda foi levado para a sede da Polícia Federal na capital paulista e, no início da tarde, o juiz federal Sergio Moro revogou sua prisão. Para Feller, a população tem direito de conhecer as acusações e investigações, mas a condução está distorcida. “Como é que a polícia chega à casa de Mantega às 6h da manhã e a imprensa já sabe? É uma espetacularização da investigação com muito planejamento. Levaram o ex-ministro como um troféu.”
Feller diz desconhecer as acusações contra Mantega e que o desenrolar de mais esse episódio vai ficar a critério de seu advogado, José Roberto Batochio, “um dos mais competentes do País”. A Lava Jato, de acordo com Feller, é uma investigação enorme e impossível conhecê-la no conjunto. Ele afirma que o juiz Sergio Moro a compara com frequência à Operação Mãos Limpas, que aconteceu na Itália, e arquiteta desde sempre o apoio popular.
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