Acusado de machista, o delegado responsável por investigar o estupro coletivo de uma adolescente no Rio de Janeiro não cuida mais do caso. O Tribunal de Justiça do Rio determinou, na madrugada de domingo (29), que a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), cujo titular é Alessandro Thiers, ficará encarregada de investigar o vazamento das imagens do estupro nas redes sociais, enquanto o caso envolvendo a violência ficará sob responsabilidade da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV).
Ex-advogada da menor, Samy Santiago, comemorou nas redes sociais. “O delegado Alessandro Thiers, da DRCI, não é mais o encarregado pela investigação do estupro coletivo!”, escreveu em post sob o título “Vitória das Mulheres”.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro já havia se manifestado favoravelmente ao desmembramento do inquérito. Na noite de sábado (28), os promotores do MP se reuniram com as advogadas da adolescente, que fizeram questionamentos em relação às investigações da Polícia Civil e a forma como o delegado Alessandro Thiers vinha atuando no caso, segundo elas “de forma machista e misógina”.
Na nota, o MP disse que “independente da decisão judicial”, o promotor de Justiça Bruno Lavorato iria expedir ofício pedindo que a investigação sobre o estupro seja conduzida “apenas pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima”. O órgão também determinou que uma medida cautelar, em favor da vítima, por analogia às medidas protetoras da Lei Maria da Penha: “Tendo em vista o temor à sua integridade física, moral e intelectiva, certo que há notícias de que um dos possíveis autores, denominado de Rafael Belo, vem se aproximando da mesma, a fim de intimidá-la e com isso dificultando o andar das investigações”.
A Polícia Civil divulgou nota no início da noite de domingo informando que a titular da Delegacia da Criança e do Adolescente, Cristiana Bento, assumiu a investigação. Ela está analisando as provas colhidas até o momento, incluindo depoimentos e outras diligências feitas pela Polícia Civil, “para definir os próximos passos da investigação”.
*Com Agência Brasil
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