Adoção Responsável

Pantera, Alemão, Azeitona, Farofa e Tequila são alguns dos mais de cem gatos que se encontram no abrigo da ONG Adote um Gatinho, localizado na Vila Mariana, em São Paulo. Além deles, há ainda mais outros cem que permanecem temporariamente com voluntários até que também consigam uma casa para chamarem de sua.

A ONG surgiu em 2003 e é resultado da iniciativa das jornalistas Susan Yamamoto e Juliana Bussab. De lá pra cá já são dez anos de trabalho, quase 6 mil adoções concluídas e aproximadamente 40 voluntários que ajudam no processo de adoção e no bem-estar dos animais. 

O processo de adoção consiste em uma triagem rigorosa, que inclui responder um questionário que se encontra no site da ONG e uma visita de um voluntário até a casa do potencial adotante para identificar se a casa ou apartamento também está em condições de receber um gatinho.

A adoção parte de um processo também responsável, pois tenta minimizar que os adotantes não devolvam os gatinhos novamente ao abrigo, como já aconteceram casos. Há histórias de pessoas que não conseguiram se adaptar aos bichinhos e outros que não tinham muito tempo para cuidá-los. Mas de uma forma ou outra sempre há espaço entre a instituição e aqueles que adotaram algum Pantera ou Tequila. “Durante o processo de adoção acabamos ficando amigas dos adotantes, pois vamos até suas casas, conhecemos, conversamos”, conta Juliana, a vice-presidente da AUG que também salienta que todos os gatos liberados para a adoção estão castrados e receberam tratamento veterinário. A maioria deles chega após situações de maus tratos e alguns chegam doentes. “Depois do tratamento, quando já estão saudáveis, eles recebem uma foto e um perfil no site”, explica Juliana.

 

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Divulgação AUG

Responsabilidade e Amor

A jornalista Érika Morais e o marido Thiago Besson decidiram adotar um gatinho através da ONG Confraria dos Miados e Latidos. De lá sairam com dois filhotes, o Charles e a Carlota. Antes de levá-los para casa, Érika colocou telas em todas as janelas da casa, comprou ração, areia e brinquedos. Era 2009 e a história de companheirismo e amor entre os quatro marca o casal até hoje. Após ficar seriamente doente, a gatinha Carlota faleceu e neste ano, Charles foi diagnosticado com rins policísticos e não conseguiu sobreviver. 

Érika possui outras duas histórias de dedicação e amor aos felinos. Depois de Carlota, adotou a tigradinha Mia e outro gato de rua, o Cirilo. Érika, que já perdeu noites de sono para cuidar da saúde dos gatinhos, lembra da responsabilidade que é ter um animal de estimação. “São vidas e não brinquedos ou presentes. Podem ficar doentes, destruir seus móveis, mas o retorno é absurdo de bom”, indica. Para ela, pesquisar sobre posse responsável antes da adoção ajuda. 

Juliana Bussab da AUG também reforça a questão comprometimento. “A primeira coisa que o adotante tem que saber é que um animal tem uma vida média de 15 anos. Então o compromisso tem que ser muito grande, pois são 15 anos de férias, de festas, de família e o animal tem que sempre estar junto. Você não pode viajar e deixar o animal sozinho, sem cuidados”, lembra.

Além da questão financeira, que inclui as despesas com ração, veterinário e o bem-estar do animal, há uma série de requisitos que deverão ser levados em conta na hora da adoção, como colocar telas nas janelas, estar atento a plantas, objetos e remédios espalhados pela casa. A seguir, elencamos algumas das principais medidas pensadas pela AUG.


Cuidados em casa

Algumas plantas são tóxicas

Os gatos têm o hábito de comer plantinhas para facilitar a eliminação de pelos engolidos na higiene do corpo. No entanto, algumas espécies são tóxicas e perigosas para os bichanos, caso da amarílis, antúrio, azaleia, bico de papagaio, copo-de-leite, comigo-ninguém-pode, coroa-de-cristo, crisântemo, lírios, espirradeira, hortênsia, , íris, jacinto, liseanto, narciso e tulipa. Na dúvida consulte um especialista ou não compre. Já alpiste, melissa, hortelã ou Cat Nip estão liberados para eles.

Remédios

Mantenha todos longe dos gatos. O que é bom para as pessoas pode ser muito prejudicial ao organismo do felino, como a aspirina e o paracetamol.

Produtos de limpeza

Cuidado com o excesso de produtos aplicados na casa. Os gatos deitam, rolam, se esfregam em tudo. Depois, eles tomam o “banho de língua” e podem se intoxicar com o resíduo destes produtos.

Vaso sanitário

Deixe a tampa sempre abaixada. Um filhote poderá se afogar se cair ali dentro e um adulto poderá se envenenar bebendo água tratada com produtos químicos.

Fios elétricos e tomadas

Encape os fios com protetores de plástico ou de borracha e coloque protetores nas tomadas para que o gatinho não leve choque.

Barbantes

Cordões, barbantes e linhas devem ser guardados. Gatos adoram brincar com fios, mas se eles os engolirem o estrago pode ser grande.

Alimentação

As rações secas podem ser divididas em três categorias: Super Premium, Premium e Standard. Cabe ao proprietário, em conjunto com o veterinário de sua confiança, optar pela melhor relação custo/benefício para o animal.

Petiscos, patês e rações úmidas podem fazer parte do cardápio, mas com moderação. Muitas guloseimas calóricas desequilibram a alimentação e trazem consequências sérias ao organismo, como obesidade e gordura no sangue.

 É importante lembrar que animais alimentados apenas com ração seca precisam ingerir uma quantidade maior de água, que deve estar sempre limpa e fresca.

Tendo em vista esses e outros cuidados, tanto você e seu novo animal de estimação terão uma boa e longa história de companheirismo pela frente.


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