A advogada Eloisa Samy confirmou que saiu do caso da adolescente de 16 anos, que pode ter sido violentada por mais de 30 homens, há uma semana, em uma comunidade da zona Oeste do Rio de Janeiro. A garota agora está no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, órgão do governo federal.
Em ligação telefônica, a advogada disse que deixou a defesa a pedido da avó da jovem, que agradeceu sua dedicação ao caso, mas ressaltou que, a partir de agora, está sob cuidados da Secretaria de Direitos Humanos do Estado. “Estou aliviada. Na verdade, eu não imaginava que a denúncia tivesse esse alcance todo. E eu não tenho pernas para isso. Sou autônoma, não tenho um grande escritório por trás de mim e faço isso pela militância feminina mesmo”, afirmou Eloisa.
A advogada destacou que, só neste ano, já atendeu mais de 30 mulheres em situação semelhante à da adolescente, sem que nada aparecesse na imprensa. “Estou surpresa com essa repercussão toda”, disse a advogada.
Investigação
A Polícia Civil do Rio de Janeiro havia informado, em nota divulgada no início desta noite, que a delegada da Criança e do Adolescente, Cristiana Bento, assumiu a investigação do caso. Segundo a nota, a medida visa “evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho”. A decisão foi tomada depois de críticas à conduta do delegado Alessandro Thiers, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.
Com a decisão da Polícia Civil, as investigações sobre o estupro serão desmembradas como queriam a advogada Eloisa Samy. O delegado Alessandro Thiers cuidará das investigações relativas ao vazamento do vídeo divulgado na internet, detalhando o estupro da jovem por 33 homens da favela do Morro São José Operário.
No início da manhã, sob o título de Vitória das Mulheres, uma das advogadas da adolescente, Eloisa chegou a comemorar a troca da coordenação das investigações na internet. “O delegado Alessandro Thiers não é mais o encarregado da investigação do estupro coletivo”, escreveu a advogada em uma rede social. No entanto, essa informação foi desmentida no início da tarde pelo Tribunal de Justiça do Rio.
*Com Nielmar de Oliveira, da Agência Brasil
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