Em entrevista à imprensa iraniana, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que participa da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, reiterou sua confiança em um acordo com a comunidade internacional para encerrar o impasse em torno do programa nuclear. Para parte da comunidade internacional, o programa esconde a produção de armas, o que provoca sanções e restrições ao Irã.
Ahmadinejad reiterou, mais uma vez, que o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos e segue os regulamentos internacionais. Porém, a Agência Internacional de Energia Nuclear (Aiea), no ano passado, cobrou do governo do Irã autorização para a inspeção das usinas. As negociações prosseguem, pois os inspetores internacionais informam que há limitações ao trabalho deles.
“Todas as atividades nucleares do Irã de energia têm sido até agora com base em regulamentos [internacionais] e sob a vigilância da Agência Internacional de Energia Atômica [Aiea]. A República Islâmica do Irã se mantém comprometida”, disse o presidente do Irã.
As autoridades iranianas negociam o fim do impasse com o grupo denominado P5+1 (Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos e Alemanha). As reuniões ocorreram na Suíça, no Iraque e na Rússia, no total de três rodadas de negociações desde dezembro de 2010 até o começo deste mês.
Ahmadinejad deve conceder ainda hoje (21) uma entrevista coletiva para a imprensa brasileira e estrangeira, no Rio de Janeiro. Ontem (20) ele discursou na sessão plenária da Rio+20 e evitou temas polêmicos. Dirigiu-se aos demais líderes sempre como “meus amigos” e usou expressões como “amor” e “compaixão”. “Nós estamos juntos aqui para melhorar a situação atual, curando velhas feridas da sociedade humana”, disse.
“Todas as nações e todos os governos eleitos democraticamente devem participar, construtivamente, com compromissos, no gerenciamento do mundo baseado em compaixão”, completou.
Ahmadinejad concluiu o discurso alertando que uma nova ordem internacional se aproxima. “Após o colapso da antiga ordem, a repetição de erros é imperdoável. Uma nova ordem deve ser estabelecida por líderes de boa-fé e este dia está chegando.”
Agência Brasil
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