O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) manipulou dados sobre os salários dos professores da rede estadual durante a maior greve da história da categoria, que durou mais de 90 dias. Alckmin dizia que a greve ‘não fazia sentido’, pois já havia concedido um ajuste salarial de 45% no acumulado dos 4 anos de seu último mandado (2011-2014). As informações são da Folha de S. Paulo.
Contudo, os professores da rede estadual só receberam 12,3% de aumento no valor de seus salários, se for descontada a inflação. Os detalhes deste reajuste foram informados pelo próprio governo do PSDB ao jornal Folha de S. Paulo no fim de junho, após os tucanos serem acionados pela reportagem do veículo através da Lei de Acesso à Informação.
O jornal pleiteava as informações desde abril, e o prazo para o governo responder chegou a espirar. Os dados só foram divulgados após o fim da paralisação dos docentes. Até então o governo Alckmin não informava os detalhes destes 45% que argumentava. Na verdade, deste número, 11,2% refere-se a incorporação de gratificações que os professores já recebiam; 21,5% corresponde a inflação no período dos 4 anos, segundo o IPC-Fipe.
Ou seja, o aumento real de salário nos últimos quatro anos foi de 12,3%. Se for considerada a inflação dos primeiros meses de 2015, este valor cai para 5,3%. Os professores saíram da maior greve de sua história sem qualquer tipo de acordo ou reajuste.
Vale ressaltar que, na última semana, o governador Alckmin anunciou um gasto de R$ 44 milhões em novos armamentos para a Polícia Militar. Foram gastos 30 milhões de reais em ‘caveirões’, veículos blindados importados de Israel, além de mais de 14 milhões em pistolas e espingardas.
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