Em artigo publicado pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (18), a ex-petista e atual senadora do PMDB Marta Suplicy defendeu o impedimento da presidenta Dilma Rousseff alegando que “só um governo de união nacional conseguirá resgatar a esperança e a autoestima dos brasileiros”. A senadora ainda traça um panorama macabro da atual política nacional, onde os políticos perderam a credibilidade e a confiança dos eleitores muito por colocarem seus interesses pessoais em detrimento dos coletivos.
No decorrer do texto, Marta deixa ainda mais clara sua posição sobre o impedimento da presidenta Dilma Rousseff. Em um momento, é enfática: “O impeachment não é golpe. A suprema corte brasileira, a quem cabe a responsabilidade de ser a guardiã da Constituição, reconhece e definiu a legalidade deste processo”. E completa “O País não tem mais nenhuma condição de permanecer onde está.”
É válido lembrar que a senadora mudou de ideia em poucos meses. Em uma matéria publicada pelo Estado de S. Paulo em julho deste ano, quando ainda estava em conversas para se filiar ao PMDB, Marta se posicionou de forma contrária ao impeachment, alegando que não havia nenhum fundamento para a abertura do processo. “Hoje não temos nada juridicamente que justifique o impeachment. As instituições democráticas, nessa confusão que estamos vivendo, é o que tem de ser preservado”, disse.
Dois fatores contribuíram para a mudança de opinião da senadora: a filiação ao PMDB, que a aproximou de nomes como Eduardo Cunha e Michel Temer, ambos sedentos para tirar uma lasquinha de poder do Planalto; e uma desavença pessoal com a presidenta Dilma Rousseff. Em matéria publicada pelo Zero Hora, logo após sua filiação ao PMDB, Marta mostrou nítido descontentamento com a indicação de Dilma para concorrer à presidência novamente em 2014.
“Tentei o que pude para que ele (Lula) fosse o candidato no lugar dela (Dilma). Falei, com toda sinceridade, que seria muito ruim se ela ganhasse. Mas ele, nos últimos momentos, achou que não valia a pena fazer essa disputa interna no partido. Quando percebi que ele não seria candidato, que ele me colocou, com todas as letras, que não seria candidato, eu falei que não iria mais ficar no partido “, disse Marta.
Na mesma entrevista, publicada no fim de Setembro, Marta também alegou que “não via condição legal de impeachment”, o que mostra que a posição da senadora se transformou em pouquíssimo tempo. Marta Suplicy deixou o PT no início deste ano e, agora filiada ao PMDB, é uma das cotadas para concorrer à prefeitura de São Paulo em 2016.
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