Em um desdobramento das jornadas de Junho de 2013, estudantes passaram a ocupar escolas públicas pelo Brasil para reivindicar melhoria na qualidade de ensino. O movimento começou em São Paulo e Goiás, em 2015, e agora chega ao Rio de Janeiro. Por lá, 33 escolas estão ocupadas desde o último dia 21. A novidade, no entanto, é o aparecimento dos “alunos coxinhas”, que acreditam que o sistema de ensino público é suficientemente bom e defendem acabar com os protestos para retomar as aulas.
Esse grupo iniciou a articulação criando uma página no Facebook batizada de “Desocupa Já”, que já conta com 4.939 seguidores. Para eles, as assembleias que decidiram sobre as ocupações foram ilegais. “Eles esperaram ficar apenas os estudantes favoráveis às ocupações, convocaram os presentes, fizeram as assembleias e tomaram essa decisão. Isso é totalmente irregular”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo Luan Silva de Freitas, 18 anos, do Colégio Estadual Heitor Lira, na Penha, zona norte da cidade.
Para Luan, “nossa maior preocupação é conseguir ter os 200 dias de aulas para não perdemos o ano letivo”. Segundo Wallace Mota, de 17 anos, “não pediram minha opinião”.
Em vídeo publicado na página da ocupação, os estudantes que lideram o movimento dizem que os alunos contrários são os “mesmos que se recusavam a fazer debates políticos e a participar das assembleias estudantis onde eram debatidos os próximos passos do movimento”.
Eles afirmam que tiveram de fazer a assembleia na rua porque foram impedidos de entrar na escola. “Muitos [estudantes] preferiram dar as costas.” Os alunos pedem mudanças no currículo escolar, com ensino voltado para o Enem, passe livre sem limite de viagens, fim do anual Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro e do corte de verbas para a Educação.
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