Demorou para o governo de São Paulo tomar qualquer atitude em relação ao ato contrário ao governo Dilma que fechou a avenida Paulista por quase 40 horas, desde quarta-feira. Tratamento muito diferente daquele dado às manifestações do MPL (Movimento Passe Livre), dos movimentos sociais ou de qualquer grupo que se posiciona contra o governo Alckmin.
Na manhã desta sexta-feira, no entanto, após muitas tentativas de diálogo e pedidos para que se retirassem pacificamente, a Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo entrou em confronto com os manifestantes, se utilizando de jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo.
A PM – ao contrário do que faz com os atos da esquerda – fez um aviso prévio pela manhã, dando 15 minutos para os ocupantes saírem. Não tendo resposta positiva, entrou em ação, de modo bem menos violento do que costuma fazer (como deveria ser em todos os casos). A ordem era desobstruir a via para que o ato marcado para as 16h, em defesa da presidente, ocorra sem conflito.
Em um ato do MPL há pouco mais de dois meses, sob a justificativa de que “o direito à manifestação não pode impedir o direito de ir e vir da população”, a corporação bloqueou a avenida e revistou manifestantes antes do início do protesto, dispersando os ativistas com cacetetes, bombas de efeito moral, spray de pimenta.
Vale lembrar que a avenida Paulista é não só ponto de comércio, escritórios e instituições culturais, mas também caminho para alguns importantes hospitais da cidade. Nunca ficou tanto tempo fechada por conta de tão poucos manifestantes (alguns ainda pretendem continuar no local). Nos bastidores, segundo o portal UOL, até mesmo integrantes do governo Alckmin admitem haver “dois pesos e duas medidas” em relação aos atos.
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