As manifestações de caminhoneiros em várias estradas do país, intensificadas nesta terça-feira (24), mantêm interditadas para o transporte de carga várias rodovias do País. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), rodovias de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul estão parcialmente ou totalmente bloqueadas. Mato Grosso, Santa Catarina e o Paraná são os estados que apresentam o maior número de interdições.
São oito estados que enfrentam paralisações nas estradas
Em Santa Catarina, os caminhoneiros interromperam 11 trechos de rodovias, em oito deles o bloqueio é total. No município de São Miguel do Oeste, a interdição já dura três dias. Caminhoneiros ocupam trechos das BRs-163, 282, 158, 116, 470 e 153.
No Paraná, 12 trechos estão interditados. Todos eles nos dois sentidos da via. Somente carros de passeio, veículos de socorro, ônibus e caminhões e carretas com cargas perecíveis têm a passagem liberada em todos os pontos. Em Pérola Doeste, no quilômetro 64 da BR-163, a manifestação chega em seu terceiro dia.
Nos municípios de Marechal Cândido Rondon, Laranjeiras do Sul e Paranavaí, a interdição começou na tarde de hoje. Segundo a PRF, há registros de congestionamentos em Pérola Doeste e Guarapuava, nos dois sentidos da via.
Em Mato Grosso, são oito os trechos interditados, todos com bloqueio total. A BR-163 tem interdição em quatro trechos: quilômetros 746, 598, 686 e 685. Na BR-364, o trânsito está interrompido nos quilômetros 196, 588, 614 e 397.
Em Mato Grosso do Sul, o quilômetro 256 da BR-163 está interditado nos dois sentidos. No Rio Grande do Sul, caminhoneiros ocupam dois trechos da BR-285, quilômetros 301 e 273,5. Em Goiás, a BR-364 está com interdição nos quilômetros 299,2 e 195. Em Minas Gerais, são três pontos na BR-381: quilômetros 677, 617 e 513. No local, o tráfego é liberado somente para carro de passeio, ônibus, veículos com carga perecível ou viva e ambulâncias.
Para a Confederação Nacional dos Transportes Autônomos (CNTA), o transporte rodoviário de carga passa por uma situação de dificuldade em consequência da atual situação da econômica do país. “A alta da inflação, aliada aos aumentos dos impostos do combustível, retrai a economia e acaba refletindo na diminuição dos fretes, o que significa menos dinheiro no bolso do caminhoneiro”, diz a entidade em nota divulgada nesta segunda-feira.
A CNTA sugeriu à categoria um plano de ação para reivindicar a diminuição do preço do óleo diesel, o subsídio do diesel para o caminhoneiro autônomo e a repartição dos financiamentos de caminhões para o caminhoneiro. A CNTA informou ainda que pediu uma reunião com o governo federal para debater as reivindicações.
A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar), um dos estados mais atingidos pelos bloqueios, admite que o aumento dos preços dos combustíveis é uma queixa comum entre os caminhoneiros e pede medidas urgentes do governo.
A entidade, no entanto, é contra as interdições das rodovias para o transporte de carga. Para a Fetranspar, o bloqueio de caminhões e o consequente desabastecimento em alguns municípios está gerando, segundo a Fetranspar, prejuízos para transportadores e “um problema para terceiros que nada têm a ver com o setor”.
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