O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, foi preso na manhã desta terça-feira (17) pela Polícia Militar de São Paulo, acusado de desobediência civil. Boulos acompanhava a reintegração de posse da ocupação Colonial, no bairro de São Mateus, que despejou 700 famílias. Agora ele está detido no 49º DP de São Mateus, onde presta depoimento.
Por meio de nota, o movimento diz que a prisão é “absurda”: “Não aceitaremos calados que além de massacrem o povo da ocupação Colonial, jogando-os nas ruas, ainda querem prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajudá-los”.
Segundo texto publicado pelo MTST no Facebook, a Tropa de Choque da PM citou a participação de Boulos em atos contra o governo de Michel Temer e alegou ter horas de gravação do ativista em outras manifestações, “mostrando clara perseguição política aos movimentos sociais”.
Na delegacia Boulos conversou com alguns jornalistas e disse que o capitão da tropa de choque quando perguntado o motivo da detenção respondeu que era incitação a violência, outros crimes e se referiu a outras manifestações do movimento, em especial a que ocorreu em frente da casa de Michel Temer, onde ele também comandava a tropa de choque e naquela ocasião ouve conflito da polícia militar com o MTST.
“Isso é mais uma manifestação clara, na nossa opinião, que essa prisão é política. Esse é mais um capítulo, não o primeiro, e, lamentavelmente, parece que não vai ser o último. Estamos vendo uma escalada no país. O que eu vejo no país é uma ofensiva de criminalização dos movimentos sociais. Isso é notório. Todos percebem cada vez mais a uma tentativa de desmoralizar os movimentos sociais, descaracterizando o caráter de lutas de direitos que é a essência dos movimentos. Essa desmoralização prepara o terreno para uma criminalização para uma violência de estado contra os movimentos sociais e o despejo de hoje é mais uma prova disso e essa prisão também”, ressaltou o líder do MTST.
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