O anúncio de mais vagas no Financiamento Estudantil (Fies) ainda neste ano pelo Ministério da Educação, na noite desta segunda-feira (8) mostra que o governo federa não está “se preocupando em enfrentar uma agenda mais estrutural” do ensino superior público no Brasil, segundo o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, ouvido por Brasileiros nesta terça-feira (9).
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Para ele, apesar do programa ter um forte apelo social e de ter atacado demandas importantes educacionais do País, como pedagogia, saúde e engenharia, o Fies não resolve o déficit do ensino superior público brasileiro. “O governo federal precisa virar a chave e começar a trabalhar com a expansão e a qualificação das universidades públicas. O Fies não pode ser uma solução para o País”, disse. “É preciso colocar a expansão do ensino superior público como principal pauta de vontade política em relação ao ensino superior. A expansão do Fies é uma solução fácil. Lembrando que algumas universidades federais estão em greve no momento. Essas paralisações precisam ser resolvidas”, completou.
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, anunciou na noite desta segunda, por meio de sua página no Facebook, que novas vagas do programa serão abertas neste ano e que elas vão priorizar formação de professores, além de cursos da área de saúde e engenharia.
O programa deverá seguir critérios adotados na primeira edição deste ano, de acordo com o ministro, vai priorizar os cursos com notas 4 e 5 nas avaliações do Ministério da Educação (MEC). As notas vão até 5. Além disso, as regiões Norte e Nordeste “por suas necessidades especiais, serão também priorizadas”, diz a publicação. A pasta vai anunciar em breve “datas e todos os detalhes, de forma transparente, o que é nosso dever e prazer”, completa.
O Fies oferece cobertura da mensalidade de cursos em instituições privadas de ensino superior a juros de 3,4% ao ano. O estudante começa a quitar o financiamento 18 meses após a conclusão do curso. O programa acumula 1,9 milhão de contratos e abrange mais de 1.600 instituições. Na primeira edição deste ano, foram firmados 252 mil contratos.
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