O número de número de alunos de escolas públicas provenientes de escolas públicas que entraram na USP (Universidade de São Paulo) caiu em 2016: das cerca de 10 mil vagas disponíveis no vestibular, só 30,6% (3.121 matriculados) estudaram em escolas públicas no ensino médio, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Em 2015, 35,1% (3.847) dos ingressantes eram provenientes da rede pública.
A situação nas universidades federais é bem diferente: 50,6% dos estudantes são de escolas públicas. Nos institutos federais, esse percentual é de 50,5%. Essa é uma determinação estipulada na lei 12.711, de 2012, que foi atingida no início deste ano. A USP, por sua vez, tem como meta ter 50% dos calouros provenientes da escola pública até 2018.
Este foi o primeiro ano em que a USP adotou o Enem como forma complementar de seleção. Mas, mesmo considerando os que entraram por esse sistema, o porcentual de inclusão segue menor do que o de 2015: no total, os estudantes ingressantes de escola pública representaram apenas 34,6% neste ano.
Como o uso do Enem não aumentou o número de alunos da rede pública, para o próximo vestibular algumas unidades da USP estão revendo a destinação das vagas. Há quase dois meses, a USP enfrenta protestos de alunos que pedem a adoção de cotas sociais e raciais. Em resposta, a USP reafirmou nota divulgada em maio, na qual o pró-reitor de graduação, Antonio Carlos Hernandes, afirmou que para 2017 serão corrigidos os “problemas operacionais” para elevar o nível de inclusão.
Nos dez cursos mais concorridos na Fuvest, o porcentual de inclusão é ainda menor. Só em dois deles (Artes Cênicas e Engenharia Civil, em São Carlos), a proporção de alunos de escola pública foi maior do que a média. Curso mais concorrido do vestibular, Medicina em Ribeirão Preto teve apenas 24,3% de suas 90 vagas preenchidas por alunos da rede pública.
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