Um relatório interno da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado na quarta-feira (10), revelou que diversos agentes que participam das missões de paz realizadas pela entidade no Haiti cometeram uma série de crimes sexuais no país. De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, os chamados “capacetes azuis” trocaram alimentos, assistência e remédios por sexo, em um caso que envolve pelo menos 225 mulheres.
Apesar de o relatório ser interno, o jornal paulistano conseguiu uma cópia do documento que aponta que um terço dos casos envolveu vítimas menores de 18 anos. Os papéis revelam ainda que, no ano passado, os investigadores enviados pelas Nações Unidas ao Haiti entrevistaram 231 pessoas, as quais comprovaram que existe um grande déficit de assistências às vítimas.
Além de se aproveitar da situação de extrema pobreza da nação – devastada por um terremoto em 2010 -, os agentes do órgão “pagavam” as relações sexuais com celulares, notebooks e perfumes. Atualmente, a ONU tem mais de 125 mil pessoas que trabalham em suas ações humanitárias por todo o mundo e o relatório tinha como objetivo analisar como esses agentes tratavam os persistentes problemas de abuso sexual nessas áreas conflituosas.
Importante ressaltar que o Brasil lidera as tropas estrangeiras em missão de paz no Haiti. A ação realizada pela ONU no país começou em 2004 e, até o início de 2015 contava com sete mil soldados. Desde fevereiro do ano passado as tropas são comandadas pelo general brasileiro José Luiz Jaborandy Junior.
Deixe um comentário