A identificação dos corpos do acidente com o jatinho onde estava o candidato a presidente Eduardo Campos, do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e de mais seis pessoas, na última quarta-feira (13), em Santos, foi concluída, segundo o deputado federal Julio Delgado (PSB-MG) informou neste sábado (16) após comparecer ao Instituto Médico Legal (IML) Central de São Paulo, na zona central da cidade.
Assim, a liberação dos corpos depende agora de um atestado de óbito que será emitido em Santos. O documento será levado à capital paulista de helicóptero. Com a chegada da documentação, o IML poderá liberar os restos mortais para o velório e o enterro. A expectativa é que os trâmites burocráticos se encerrem no final da tarde deste sábado.
Os enterros do ex-governador e de três assessores dele devem ocorrer às 17h de deste domingo (17) no cemitério de Santo Amaro, em Recife. Por causa da dificuldade dos trabalhos de reconhecimento dos fragmentos de corpos, o governo de Pernambuco já admite a possibilidade de alterações na cerimônia fúnebre – antes, o enterro estava previsto para as 16h. A expectativa é que a despedida ao ex-candidato reúna mais de 100 mil pessoas no Palácio do Campo das Princesas, na capital do Estado.
As autoridades locais estimam que os corpos devem sair de São Paulo com destino à capital pernambucana até as 17h deste sábado (16), com previsão de chegada entre 20h e 22h. Da Base Aérea, o caixão com o corpo do ex-governador seguirá em carro aberto do Corpo de Bombeiros até o Palácio do Campo das Princesas. Carros funerários levarão os corpos do assessor de imprensa Carlos Percol, do fotógrafo Alexandre Severo e do cinegrafista Marcelo Lyra, que também serão velados em frente ao palácio.
Está prevista também para este domingo, às 10h, a celebração da missa de corpo presente, pelo arcebispo de Recife e Olinda, dom Fernando Saburido, em frente à sede do governo de Pernambuco.
Na noite de sexta-feira (15), a pedido da família de Campos, foram feitas alterações no trajeto do cortejo fúnebre para que ele passe por bairro mais humildes da capital. Com isso, o desfile seguirá por toda Avenida Mascarenhas de Moraes, passando pelo Largo da Paz. Entrará na Estrada dos Remédios, passando pelo bairro da Torre e chegando até a Avenida Norte finalizando no Palácio do Campo das Princesas. O trajeto está sendo preparado hoje, com faixas, cartazes e banners em homenagem a Eduardo Campos.
Além da presidenta Dilma Rousseff, que concorre à reeleição pelo PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do presidenciável pelo PSDB, Aécio Neves, e de Marina Silva, vice na chapa de Eduardo Campos, 12 governadores já confirmaram presença nas cerimônias. Também são esperados ministros, parlamentares, prefeitos, vereadores, empresários e embaixadores.
Irregularidades no procedimento de voo
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou nesta sexta-feira (15) que a aeronave em que viajava o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, não poderia decolar sem o gravador de voz ativado. Segundo a agência, embora não seja um item de segurança, o equipamento deve ser obrigatoriamente checado pelo comandante antes do início do taxiamento, conforme manual de operação do fabricante da aeronave.
O manual também estabelece que o cockpit voice recorder (CVR) deve ser verificado a cada 150 horas de voo ou 24 meses, o que ocorrer primeiro. Mais cedo, a Aeronáutica informou que o gravador de voz do jato não registrou as conversas ou sons ambientes em seu o último voo. As duas horas de áudio gravadas e já analisadas por peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não correspondem ao voo em que Campos e mais seis pessoas morreram.
A Anac reiterou que o avião PR-AFA, modelo Cessna Aircraft 560XL, estava com a Inspeção Anual de Manutenção e o Certificado de Aeronavegabilidade válidos e que a última verificação anual completa das manutenções foi executada em fevereiro deste ano.
A aeronave, com capacidade para nove passageiros, de propriedade da Cessna Finance Export Corporation, era operada pela empresa privada AF Andrade, por meio de arrendamento operacional (leasing), conforme Registro Aeronáutico Brasileiro. A Anac pediu apoio à Polícia Federal para localização do operador, com o objetivo de verificar informações veiculadas pela imprensa sobre eventual venda da aeronave, ainda não comunicada à agência.
Com agências de notícias
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