A onda de lama que se desloca ao longo do Rio Doce em função do rompimento de duas barragens na região de Mariana (MG) deve chegar ao Espírito Santo na segunda-feira (9). A informação é do Serviço Geológico do Brasil, que monitora a situação. A onda de cheia deixou em estado de alerta municípios mineiros ao longo da calha do rio.
O boletim de monitoramento informa que a previsão é que a onda de cheia atinja Colatina na tarde de segunda-feira e Linhares, na noite de segunda para terça-feira (10), ambas no Espírito Santo. O Serviço Geológico do Brasil informa que a onda de cheia não vai causar, necessariamente, enchentes nos municípios.
Localizadas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, as barragens de Fundão e Santarém se romperam na tarde de quinta-feira (6), inundando a região com lama, rejeitos sólidos e água usados no processo de mineração. O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou que há pelo menos 13 desaparecidos e que uma pessoa morreu.
A prefeitura de Linhares divulgou um comunicado em que não menciona o risco de enchentes. Segundo a nota, não há risco de contaminação da bacia que abastece de água a cidade. A prefeitura de Colatina informou que está monitorando a situação e a previsão é que ao longo da cidade o nível do Rio Doce seja elevado em cerca de 1,5 metros. Em nota, a prefeitura diz que não há razão para alardes sobre inundações no município.
A prefeitura de Governador Valadares, município que tem previsão de ser atingido pela onda de cheia na madrugada do domingo (8), também divulgou comunicado informando que a lama deverá passar pela calha do Rio Doce. A Defesa Civil local prevê que o rio permanecerá no seu leito, sem provocar inundação.
Dilma Rousseff
A presidenta Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (6) que é preciso apurar com rigor as causas e responsáveis pelo rompimento de duas barragens da mineradora. Por meio do Twitter, ela solidarizou-se com as vítimas e familiares do acidente e disse que o governo federal vai reconhecer o estado de emergência da cidade para permitir que as pessoas atingidas possam sacar o FGTS. “Presto minha solidariedade às vítimas e a seus familiares. É preciso apurar com rigor as causas e responsabilidades do acidente”, disse.
De acordo com o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, a mineradora ainda não sabe as causas do rompimento das barragens. Dilma lembrou que o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, sobrevoou a região atingida e disse que telefonou ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, colocando a estrutura do governo federal à disposição do estado.
“As Forças Armadas, em especial Exército, e a Defesa Civil Nacional estão também em contato com o governo de Minas Gerais para auxiliar nas necessidades locais. Saúdo o espírito de solidariedade do povo brasileiro, que tem enviado mantimentos e roupas aos desabrigados”, escreveu Dilma na rede social.
Após as postagens, o Palácio do Planalto divulgou uma nota em que reafirma a atuação das forças federais em conjunto com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil mineiros no recebimento de mantimentos e roupas aos desabrigados. A nota também destacou o “espírito de solidariedade e cooperação” do povo brasileiro. “É notável também o trabalho de voluntários que estão atuando na região. Este é um momento de ajudar e confortar as vítimas e seus familiares”, diz a Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
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