Cinco bilhões de pessoas não têm acesso a estruturas cirúrgicas decentes no mundo. O número, divulgado pela revista médica britânica The Lancet, explica porque o número de mortes por apendicite, fraturas expostas ou complicações no parto é alto, mesmo que seus tratamentos sejam tão simples.
Conduzido por 25 especialistas em mais de 100 países, o estudo apontou que, nas últimas duas décadas, os investimentos em saúde foram focados em doenças “individuais”, como Aids, malária e tuberculose, e que infraestrutura e tratamentos cirúrgicos não foram considerados prioridades.
No entanto, o número de falecimentos causados por apendicite, fraturas ou partos foi consideravelmente maior que os provocados por essas três doenças juntas no mesmo período.
Além da falta de estrutura e da precariedade dos procedimentos, principalmente em países da África e da Ásia, a pesquisa também levou em conta a demora para
encontrar um posto de saúde em localidades mais afastadas, a espera até ser atendido e o custo a ser desembolsado pelo paciente, que em um quarto dos casos o leva à falência.
Para evitar mortes por problemas tão simples, 143 milhões de cirurgias a mais deveriam acontecer em um ano em países em desenvolvimento. Além disso, para atingir o objetivo de oferecer 80% dos estabelecimentos necessários para todas as regiões até 2030, a força médica deveria duplicar.
Os custos para tais ações são altos, cerca de US$ 350 bilhões em 15 anos. No entanto, se essas medidas não forem realizadas, os prejuízos para a economia podem chegar a US$ 12,3 trilhões.
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