Com torcida do compatriota Diego Lugano, Pablo Cuevas, novo “Rei do Brasil”, vence espanhol Busta por 2 a 0 e fatura o bi de simples do Brasil Open de Tênis

O argentino Pablo Cuevas. Foto: Marcello Zambrana/DGW Comunicação/Divulgação
O argentino Pablo Cuevas. Foto: Marcello Zambrana/DGW Comunicação/Divulgação

E não deu outra: Pablo Carreño Busta fez uma belíssima campanha, jogou a final com muita personalidade e nela resistiu enquanto teve fôlego, mas o talento, a precisão, a segurança e o jogo límpido do argentino naturalizado uruguaio Pablo Cuevas falaram mais alto na final de simples do Brasil Open de Tênis 2016, na tarde deste domingo 28, no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo.

Em uma hora e dez minutos de jogo Cuevas fez 2 a 0 (7/6 e 6/3), faturou o segundo torneio seguido no Brasil nesta temporada – tinha sido campeão também do Rio Open, na semana anterior, entre 15 e 21 de fevereiro. A nova conquista rendeu mais 250 pontos no ranking da ATP e prêmio de 77,6 mil dólares, exatamente R$ 311.858,88, ao campeão. Carreño Busta, 24 anos, 67º do mundo, principal nome da nova geração de tenistas espanhóis, recebeu 150 pontos e 40,87 mil dólares (R$ 164.248,36 mil).

Cabeça de chave número três da disputa, Cuevas, 1,80 metro de altura, 80 quilos, parece exibir, aos 30 anos, o melhor tênis de sua carreira. E o curioso é que esse período de excelência foi construído e consolidado a partir de 2013, depois de uma contusão gravíssima sofrida pelo tenista no joelho direito. Quando o universo do tênis menos esperava e apostava, Pablito passou a jogar como nunca.

No Rio Open, entre 15 e 21 de fevereiro, eliminou a “zebra abusada” Thiago Monteiro pela primeira vez. E encantou os admiradores de tênis com sua personalidade tranquila e equilibrada, aliada a um jogo límpido, redondo, variado, com golpes seguros do fundo da quadra e incrível precisão para encaixar bolas próximas ou mesmo sobre as linhas da quadra. Foi, assim, o merecido campeão do torneio.

O argentino Pablo Cuevas recebe cheque simbólico pela vitória. oto: Marcello Zambrana/DGW Comunicação/Divulgação
O argentino Pablo Cuevas recebe cheque simbólico pela vitória. oto: Marcello Zambrana/DGW Comunicação/Divulgação

Nesta semana, seguinte à do torneio do Rio, Cuevas não deixou por menos. Venceu com facilidade, em sua estreia, nas oitavas-de-final, o argentino Facundo Bagnis por 2 a 0 (6/4 e 6/1). Na sequência, virou o jogo contra o cearense Thiago Monteiro nas quartas (4/6, 6/3 e 6/3), eliminando uma vez mais o atual xodó do tênis brasileiro. E, na semifinal deste sábado, manteve o ritmo e o tênis vistoso ao derrotar, por 2 a 0 (6/3 e 6/4), em uma hora e seis minutos de jogo, o sérvio Dusan Lajovic, 76º do ranking mundial.

Na final, neste domingo 28, Cuevas seguiu exibindo seu tênis vistoso, leve e de golpe variado. Mas, no primeiro set, encontrou resistência no talento e da disposição do jovem Busta, seguidor, a exemplo do uruguaio, da escola de jogo espanhola, no fundo da quadra, com raros deslocamentos à rede. Os dois confirmaram seus serviços até o 6/6 e foram para o tie-break, vencido por Cuevas por 7/6.

No segundo set, Carreño Busta, que também é finalista de duplas no Brasil Open, sentiu o peso do esforço dos dois torneios e cansou. Melhor para Pablito, que quebrou dois serviços do adversário e abriu 5/2. O espanhol ainda devolveu uma quebra e fez 5/3. Mas logo em seguida teve outro serviço quebrado pelo uruguaio, que fechou o segundo set,o jogo e a edição de simples do Brasil Open 2016 em 6/3 e 2 a 0.

“O Brasil continua me dando sorte. Perdi as duas primeiras carreiras no Brasil. Por causa disso, tinha reservas em jogar aqui”, confessou Cuevas após a partida. “Mas depois disso foram só vitórias e títulos. Hoje me sinto em casa aqui. A torcida brasileira sempre respeita meu jogo. Não me contraria e até torce para mim – evidentemente quando não há brasileiro do outro lado”, acrescentou, para risos dos presentes à entrevista coletiva.

O uruguaio contou, na final, com a torcida de seu compatriota Daniel Lugano, que foi à final ao lado de Rodrigo Caio, seu companheiro de zaga. “Eu e Diego temos o mesmo agente de publicidade, patrocínio e marketing no Uruguai. Além disso, eu o acompanho nas partidas da seleção do nosso país. Não somos amigos íntimos, mas nos respeitamos e nos admiramos muito. Lugano leva a boa imagem da nossa nação para o mundo. Foi uma honra tê-lo em meu jogo”, disse o campeão.

Foto: Marcello Zambrana/DGW Comunicação/Divulgação
Foto: Marcello Zambrana/DGW Comunicação/Divulgação

Invicto há nove partidas, Cuevas disputou a sexta final de sua carreira, todas no saibro. Algumas curiosidades: todas essas decisões foram disputadas depois de 2013, ano de seu retorno ao tênis após a contusão no joelho direito. Dessas, o uruguaio venceu quatro, três delas no Brasil: o Rio Open e, agora, o bicampeonato do Brasil Open, em São Paulo.

Pablo Cuevas é craque. Deverá ficar entre os 25 primeiros do mundo com esse resultado. Se a contusão no joelho direito não o tivesse afastado do circuito por dois anos, é muito provável que ele, com seu tênis límpido, bonito de se ver e eficiente, já estivesse, no mínimo, entre os top 20.

Para Marcelo Melo e Bruno Soares, um lembrete: além dos irmãos Bryan, considerada a melhor dupla da história do tênis em todos os tempos, Pablito Soares, o novo Rei do Brasil, também estará na Rio 2016, ao lado de um parceiro uruguaio. Sinal amarelo aceso…


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