Neste domingo (22) a Argentina conheceu seu novo presidente após 12 anos governada pelo casal Kirschner. O candidato governista, Daniel Scioli, reconheceu a derrota às 21h33 (22h33, horário de Brasilia), três horas e meia depois do fechamento das urnas – antes do anúncio dos resultados oficiais e do anúncio da vitória de Mauricio Macri. Nas ruas, simpatizantes de Scioli choravam. “Não consigo acreditar que acabou”, dizia Mariana Zapata, que até o último minuto acreditou na vitória de Scioli.
No comitê de campanha do oposicionista, Mauricio Macri, também houve muita emoção. A vice-presidente dele, a cadeirante Gabriela Michetti, foi a primeira a anunciar oficialmente a vitória. Em seguida, o próprio Macri subiu ao palco. “Quero dizer que hoje é um dia histórico. É uma mudança de época, que vai ser maravilhosa”, disse. “É uma mudança que vai nos levar ao futuro e não pode se deter em vinganças e ajustes de contas”.
No discurso, Macri falou na necessidade de derrotar o narcotráfico e de estabelecer melhores relações com outros países. “Quero dizer aos irmãos da America Latina e do mundo, que queremos trabalhar com todos”, disse. “Esperamos encontrar uma agenda de co-operação”. Macri disse, anteriormente, que a prioridade dele vai ser a relação com o Brasil. “Dilma [Roussef] vai se entender melhor comigo do que com [a presidenta] Cristina Kirchner”, disse, em entrevista coletiva.
No dia 21 de dezembro, o novo presidente argentino participará da cúpula do Mercosul no Paraguai. Quando era candidato, ele avisou que iria invocar a cláusula democrática do bloco regional para suspender a Venezuela, que mandou prender políticos da oposição. Às 23h29 deste domingo, 89,98% das urnas haviam sido apuradas. Macri teve 52,21% dos votos válidos e Scioli 47,79%. Segundo a Justiça Eleitoral argentina, o segundo turno argentino teve 1,20% de votos em branco, 1,29% de votos nulos e 0,05% de votos impugnados.
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