Se as empresas já não podem mais financiar campanha política, que tal se os partidos elegessem empresários? Essa pode ser a tática de muitas legendas políticas na campanha municipal deste ano. A inspiração é o PSDB de São Paulo e seu candidato a prefeito, o empresário João Doria Jr.
Embora as doações de empresas estejam oficialmente proibidas, pessoas físicas podem doar até 10% de seu rendimento bruto do ano anterior e, agora, se a pessoa física for o próprio candidato, não há limite de doação.
Assim, se escolhido for rico, ele pode financiar até 100% de sua campanha e ainda terá acesso a empresários não menos ricos dispostos a fazer doações pessoais. Em São Paulo, o gasto máximo por candidato será de R$ 34 milhões no primeiro turno, uma vez que é preciso respeitar o limite de gasto máximo imposto pela nova lei, que é de até 70% das despesas da última campanha.
Em Belo Horizonte, o candidato do PSB, Paulo Brant, é executivo de uma empresa de celulose e ex-secretário de Aécio Neves (PSDB). No interior de São Paulo, a tática é a mesma, especialmente em Araçatuba e Taubaté, conta o jornal Folha de S.Paulo.
Em Salvador, um dos nomes para a vice do prefeito ACM Neto (DEM) é Guilherme Bellintani, ex-secretário da Educação e ex-presidente do Lide Bahia, organização empresarial comandada nacionalmente por Doria.
Em Campo Grande, Cláudio George Mendonça (PR) deverá se candidatar muito em razão do cacife junto a empresários, de quem é próximo graças a seu trânsito no Sebrae da região, que presidiu.
Para o cientista político Jorge Almeida, da Universidade Federal da Bahia, a corrupção no Brasil deve reduzir os investimentos por parte de empresários. “No atual cenário de escândalos, haverá um constrangimento das pessoas, mesmo as ricas, em doar uma quantia alta.”
Deixe um comentário