Apesar dos sucessivos projetos para revitalizar a região da Luz, no centro de São Paulo, o fim da cracolândia deve demorar “no mínimo” dois anos. A previsão é do chefe do Denarc (Departamento Antidrogas da Polícia Civil) Ruy Ferraz Fontes, no cargo há dois anos.
O diretor contabilizou 40 grupos de traficantes que atuam na área. Ele conta que, em caso de prisão, um membro é sempre substituído por outro. Embora não participe do comércio do crack, o PCC atua na região para impedir que ocorram mortes e outros eventos que venham chamar a atenção das autoridades e atrapalhar o comércio de outras drogas que de fato o grupo comercializa.
Fontes vem tentando reestruturar o orgão. Devido a imagem negativa da polícia no local, ele promoveu uma transferência de 50% do efetivo que atuava na área, além de modificar totalmente o procedimento de atuação dos policiais com fiscalização mais rigorosa.
Apesar das mudanças, o diretor do Denarc afirma que mudanças na legislação tornariam o combate ao tráfico de drogas muito mais eficiente. Muitos traficantes, por exemplo, estão aplicando o que ganham no mercado financeiro. Uma quebra de sigilo bancário em menos de uma semana (hoje leva-se em torno de 40 dias para que se obtenha resposta) tornaria as investigações mais fáceis, diz ele. A parceria com outros países, para que se rastreie o caminho percorrido pelo dinheiro do tráfico, também seria uma alternativa.
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