Crise? Trios elétricos perdem espaço para camarotes em Salvador

Nos camarotes, ingressos podem chegar a R$ 2.000 - Foto: EBC
Nos camarotes, ingressos podem chegar a R$ 2.000 – Foto: EBC

“Ah, a crise financeira”, gosta de bradar o mercado financeiro. Mas a crise atinge a quem? Pelo menos no Carnaval de Salvador, os camarotes – esse símbolo de consumo – estão desbancando os tradicionais bloquinhos com trio elétrico.

Os blocos baianos, feitos por trios cercados por cordas nos quais o abada substitui o ingresso, vêm dando lugar aos camarotes instalados ao longo do circuito de festas.

De acordo com a Prefeitura de Salvador, os blocos pagaram R$ 1 milhão em ISS (Imposto Sobre Serviços), o mesmo valor de dez anos atrás. No mesmo período, a contribuição dos camarotes saltou de R$ 373 mil para R$ 2,17 milhões. Esse valor, explica reportagem da Folha de S.Paulo, é calculado sobre o preço do ingresso e estimativa de público.

Neste ano, apenas dois blocos vão desfilar três dias seguidos com o mesmo artista: Camaleão (Bell Marques) e Me Abraça (Durval Léllis). “Alguns artistas estão desfilando menos por opção, outros porque não tiveram fôlego nas vendas”, explicou Joaquim Nery, diretor da Central do Carnaval, que negra crise ao defender “reposicionamento dos blocos”.

Para o produtor artístico Andrezão Simões, o próprio modelo de negócio está ficando obsoleto. Enquanto os blocos de trio elétrico desaparecem, o volume de vendas para os camarotes é 20% maior este ano do que em 2015, segundo a Central do Carnaval.

Ingresso que se aproximam de R$ 2.000 por dia. Quem procura são turistas em 75% dos casos. “São foliões que valorizam o conforto e serviços como open bar, o que não seria possível oferecem em um bloco”, lembra ao jornal a diretora da Premium Entretenimento, Luciana Villas Boas, dona de um camarote.


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