Data Popular: mulher solteira no Carnaval tem de aceitar cantada

Bloco Escangalha, no Rio de Janeiro. Foto: Eny Miranda/Fotos Públicas (06/02/2016)
Bloco Escangalha, no Rio de Janeiro. Foto: Eny Miranda/Fotos Públicas (06/02/2016)

Pesquisa feita pelo Instituto Data Popular, como contribuição à campanha Carnaval Sem Assédio, do site Catraca Livre, mostra que a maior parte da visão masculina ainda é machista em relação à participação de mulheres nos festejos de rua.

A pesquisa foi feita entre os dias 4 e 12 de janeiro, com 3,5 mil brasileiros com idade igual ou superior a 16 anos, em 146 municípios.

“O que existe por parte dos homens é uma naturalização do machismo”, disse à Agência Brasil o presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles. De acordo com a sondagem, 61% dos homens abordados afirmaram que uma mulher solteira que vai pular Carnaval não pode reclamar de ser cantada; 49% disseram que bloco de carnaval não é lugar para mulher “direita”; e 56% consideram que mulheres que usam aplicativos de relacionamento não querem nada sério.

Foto: Luiza Sigulem
Foto: Luiza Sigulem

Segundo Meirelles, o homem ainda tem uma visão de que a mulher é propriedade dele e que ela é feliz dessa forma, “como se a mulher tivesse que ser grata pela grosseria dele”. A pesquisa confirma a percepção distorcida do sexo masculino que a mulher, ao participar de bloco de rua, quer ser assediada. “Isso tem a ver com o processo histórico-cultural no Brasil”, disse.

Meirelles lembrou que qualquer tipo de abordagem sem o consentimento da mulher é assédio. E o assédio, além de ser moralmente errado, dependendo do tipo é crime, e moralmente não funciona, lembrou.

A sondagem revela também que na percepção de 70% dos homens, as mulheres se sentem felizes quando ouvem um assobio, 59% acham que as mulheres ficam felizes quando ouvem uma cantada na rua e 49% acreditam que as mulheres gostam quando são chamadas de gostosa.


Comentários

2 respostas para “Data Popular: mulher solteira no Carnaval tem de aceitar cantada”

  1. Avatar de Érico Galindo
    Érico Galindo

    Desculpe, sua resposta indignada ao machismo é um comentário homofóbico? Oi?

  2. Ah tá !!!! E homem vestido de mulher pode ser chamado de homossexual no carnaval?

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