Debatendo a educação

Na encruzilhada do crescimento, o Brasil se encontra hoje no momento decisivo para que, enfim, corresponda as expectativas e finalmente se encaixe no bloco dos grandes players mundiais. O que nos falta? Educação!

Para se debater essa e outras questões cruciais dessa nossa realidade, a Brasileiros organiza nessa terça-feira, 21 de maio, na Faculdade Mackenzie, mais uma edição do Seminários Brasileiros, dessa vez tendo como tema “Educação: Gestão e Tecnologia – Pilares para a Eficácia.

A primeira mesa do dia, “O Atual Modelo Educacional Brasileiro, Avanços e Impasses, foi democrática e educativa, com opiniões diversas de profissionais de gabarito. Dando início as conversas, Joane Vilela, secretária adjunta da Educação da cidade de São Paulo, representando o secretário Cesar Callegari, apresentou um relatório publicado no ano passado, mostrando que, de 2000 até 2009, em um levantamento feito com 33 países, o Brasil apareceu em 4º em investimentos na educação. Ela ainda apontou que a recente mudança de paradigmas fez com que o ensino superior deixasse de ser um teto. “Hoje ele é o piso”, comentou.

Na sequência, Maria Helena Guimarães de Castro, diretora executiva da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), falou sobre a “avalanche de mudanças”, segundo suas próprias palavras, que a política educacional brasileira atravessou nos últimos 20 anos. “A frequência do nosso jovem antes era um dos grandes desafios, hoje, graças a manobras de inclusão e incentivo, estabilizamos em 80%”, apontou. Apesar de comemorar, ela ainda disse acreditar ser preocupante e principalmente crítica a idade a partir dos 16 anos.

Apontando para uma questão diferente e muito válida, Maria Helena louvou os programas desenvolvidos para que o brasileiro possa frequentar as escolas ou universidades, para ela, o problema não está aí, e sim na estrutura de nossas instituições, que muitas vezes não suporta a demanda ou não consegue organiza-la de forma funcional. “O problema da educação é político! Sem que nossos dirigentes e governantes tenham a coragem para executar as mudanças necessárias, não atingiremos nossas expectativas… está faltando resistir as pressões”, pediu ela.

[nggallery id=16165]

Quem também levantou um ponto contundente no debate foi a professora titular do programa de Pós-Graduação em Letras da Mackenzie, a Doutora Maria Lúcia Vaconcelos. falando com propriedade, já que também é professora, ela disse acreditar que, para evoluirmos, é preciso se intensificar a qualidade dos cursos de formação de educadores. “Enquanto não valorizarmos essa profissão, nunca vamos evoluir”, comentou.

Terminando o primeiro painel do dia, a professora do Curso de Especialização e Pós-Graduação Lato Sensu da Escola da Vila e responsável pela história da gestão pública da educação no Brasil, Iara Glória Areias Prado, tocou em outro ponto muito oportuno para a questão: “Hoje a escola não é lugar para se pensar, é lugar para se obedecer… Isso precisa mudar”, opinou. Para ela, o caminho para alcançarmos isso é enfrentando a burocracia conservadora, deixando a escola e seu corpo docente mais livre para que, aí sim, encontrem seu caminho de diálogo com a sociedade que o torneia.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.