Delator reafirma que Calheiros tinha emissário para negociar propina

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse, em depoimento à Justiça Federal nesta segunda-feira (13), que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tinha um “representante” que negociou propina com ele. Costa assinou um acordo de delação premiada e depôs ao juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça. O ‘mensageiro’ de Calheiros seria o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE).

O presidente do Senado foi citado pelo ex-diretor após uma pergunta feita por um dos advogados de executivos ligados à empreiteira OAS, os quais são réus na ação penal.  Costa afirmou que se mantinha no cargo com sustentação política do PP e PMDB.

“O senador Renan Calheiros era um dos que dava sustentação política. Com ele [Renan], não [negociou propina]. Mas ele tinha um representante, um deputado, Aníbal Gomes, que, em algumas vezes, negociou comigo. O senador Renan Calheiros nunca participou de nenhuma reunião com empreiteiros, mas o Aníbal Gomes, sim”, declarou.

Aníbal e Calheiros são investigados em um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), aberto a partir das informações de Paulo Roberto Costa, fornecidas nos acordos de delação. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Costa já havia citado o nome de Aníbal como mensageiro de Renan Calheiros nas negociações de propina relacionadas aos contratos de empresas com a Petrobras.

Em nota, a assessoria do presidente do Senado refutou as acusações do ex-diretor e declarou que suas relações com diretores de instituições públicas nunca ultrapassaram os limites institucionais. “Da mesma forma reafirma que jamais autorizou o deputado Aníbal Gomes ou qualquer outra pessoa a falar em seu nome. Digno de registro também é a contradição, já que nos depoimentos anteriores o delator sempre negou ter tratado de projetos e valores com o senador Renan Calheiros”.

O deputado Aníbal Gomes informou, também em nota, que nega as acusações e que não houve entrega ou promessa de recurso para ninguém.

Com Agência Brasil


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