“Devemos copiar os bons projetos”, diz vereador José Police Neto

O vereador José Police Neto, vereador pelo PSD e presidente da Câmara Municipal de São Paulo, acredita que para a problemática do crack deve-se copiar projetos que deram certo, aqui ou fora do Brasil. A cooperação entre partidos nas três esferas do poder também é apontada como solução na edição deste mês do Seminários Brasileiros.

A sexta edição do projeto, batizada de Virando o Jogo: É Possível Vencer o Crack, está acontecendo nesta quinta-feira no Museu do Futebol, em São Paulo, e começou com a pergunta É Possível Vencer o Crack?. Este, a verdade, foi o foco da primeira palestra, que jogou à luz uma questão que certamente será amplamente debatida na campanha para eleger no novo prefeito da capital paulista.

A mesa contou com a presença dos vereadores paulistanos Jamil Murad (PCdoB), Netinho de Paula (PCdoB), além de José Police Neto (PSD), do prefeito da cidade de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT) e do secretário municipal de Esportes de São Paulo, Bebetto Haddad (PMDB).

Marinho apresentou a experiência bem sucedida de sua cidade, que alia o incentivo da prática esportiva a uma rede de apoio ao viciado. Ele ressaltou que a luta contra as drogas deve ser travada em várias frentes, com uma política ampla. O trabalho da prefeitura de São Bernardo foi elogiado por Police Neto. “Nós políticos temos a mania de fazer experiências com o povo. Mas por que fazer isso? Por que não copiar bons projetos, como o do prefeito Marinho?”, disse.

A aliança entre os governos federal, estadual e municipal e entre os partidos de situação e oposição foi várias vezes apontada como ponto crucial na luta contra o crack. “Não podemos acreditar em mágica, em projetos miraculosos. A única forma de combater o crack é com muito trabalho em todas as esferas possíveis”, afirmou Jamil Murad.

O combate à desigualdade também foi lembrado. Netinho de Paula, que é pré-candidato do PCdoB à Prefeitura, comentou sobre a extrema diferença social entre o centro e a periferia de São Paulo. “A cracolândia pode ser no centro, mas os usuários normalmente vêm da periferia, onde eles não tem nada”, disse. “Se você não tem escola, não tem lazer, você não tem opção”. Ele ainda comentou sobre a necessidade do paulistano gostar de sua cidade. “Na periferia as escolas não têm nada, o que leva a um desinteresse nos estudos. A criança não gosta da escola porque ela é ruim”.

Bebetto Haddad apontou seu projeto Polo da Brincadeira, que leva monitores para praças públicas todos os domingos, como um passo importante nesta reconquista do espaço urbano. “A praça era muitas vezes um ponto de uso de drogas. Agora pode voltar a ser um lugar para as famílias brincarem unidas”.



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