Pelé completa neste sábado (6) o seu 12º dia internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Desde o dia 24 de novembro, ele já foi diagnosticado com infecção urinária , a imprensa descobriu que lhe falta um rim desde a década de 70, foi para a UTI na quinta-feira (27), quando colocou o mundo em alerta sobre seu estado de saúde, fez hemodiálise, exames rotineiros, foi tema de homenagens, piadas e, do início da semana para cá, o hospital sempre frisa em seus boletins médicos que ele está “caminhando pelo quarto”. Pouco para um dos brasileiros (senão o brasileiro) mais conhecido no mundo, justamente, pelos arranques com a bola sobre os zagueiros e pelos longos percursos que fez em viagens, após a sua aposentadoria, para fortalecer o futebol, esporte no qual é a lenda máxima.
Dez momentos quem em que Pelé foi apenas Edson
O Brasil, felizmente, também lembra dos seus imperiais com a bola nos pés ou nos felizes episódios da monarquia de Edson Arantes de Nascimento, apesar dos momentos em que ele abandonou a coroa e o trono . A seguir, Brasileiros lista dez coisas que fizeram de Edson um Pelé:
NO TIME DO INIMIGO – Em 1957, as diretorias de Vasco e Santos fecharam um acordo para que um combinado com jogadores das duas equipes disputasse o Torneio Internacional do Morumbi, promovido pelo São Paulo, com jogos no Rio e em São Paulo. Em três partidas no Maracanã, ele fez cinco gols e chamou a atenção da imprensa e dos torcedores. Mas o curioso é que Pelé jogou algumas partidas ao lado de Augusto, o mesmo jogador que, em uma partida entre Atlético Mineiro e São Cristóvão, do Rio de Janeiro, havia machucado o joelho de Dondinho, pai de Pelé, o que o tiraria para sempre dos gramados. Foto: Acervo Terceiro Tempo
COPA NA PUBERDADE – No dia 29 de junho de 1958, a Seleção Brasileira de futebol vencia a sua primeira Copa do Mundo, no estádio Rasunda, em Estocolmo, na Suécia. Pelé, então com 17 anos, era o jogador mais jovem a disputar uma final de Mundial, Chamado de Rei do Futebol pelos franceses, o já camisa 10 do Brasil, ele fez seis gols durante o torneio, um deles que se tornou um dos mais bonitos da história: após “chapelar” um zagueiro, ele chutou de primeira no canto do goleiro. No ano anterior, ele já havia sido o mais jovem artilheiro do Campeonato Paulista. Foto: Reprodução
ÍDOLO DA BAIXADA – Entre 1962 e 1963, Pelé liderou o Santos que conquistou dois campeonatos mundiais, sobre Benfica, de Portugal, e Milan, da Itália. O Rei marcou gols em jogos importantes e participou da principais jogadas que determinaram os principais títulos da história do clube. Foto: Santos FC
GOL 1000 – Pelé marcou o seu gol de número mil no dia 19 de novembro de 1969, contra o goleiro Andrada, do Vasco, no Maracanã, no Rio de Janeiro. A festa que sucedeu o recorde você deve lembrar, mas as primeiras palavras do Rei após o gol foram: “Pensem no Natal. Pensem nas criancinhas…”. Foto: Reprodução
TRI – Boa parte da fama de Pelé se deve ao Mundial de 1970, no México: ele fez quatro gols em seis jogos, efetivou a sua alcunha de “Rei”, tentou fazer gol do meio-campo, driblou o goleiro do Uruguai sem encostar na bola, e marcou dois na final, contra a Itália, em um dos jogos memoráveis da história. Ao lado dele havia uma verdadeira constelação de atletas. Em campo, craques como Tostão, Rivellino, Gérson, Carlos Alberto Torres e Jairzinho, eram os coadjuvantes da estrela maior. Com um futebol ofensivo, belo e eficiente, o Brasil encantou o mundo e garantiu o título com autoridade. Foto: Fifa
ÍDOLO DO ÍDOLO – Obcecado por Pelé e pela Seleção de 70, Bob Marley visitou a cidade do Rio Janeiro em março de 1980. A música foi uma mera desculpa para jogar futebol com o cantor Chico Buarque – outro apaixonado pelo “Rei” – e com Paulo César Lima, um dos campeões no México. Pelé não estava, para tristeza do cantor jamaicano, que ganhou uma camisa 10 do Santos de presente. Foto: Arquivo
PELÉ ATOR – O ex-jogador participou de nove filmes na sua vida, contando com o mais famoso deles, “Fuga para a vitória”, de 1981, com Sylvester Stallone, Michael Caine e Max Von Sydow. Ele também esteve em O Barão Otelo no Barato dos Bilhões (1971), A Marcha (1972), Os Trombadinhas (1979), A Vitória do Mais Fraco (1983), Os Trapalhões e o Rei do Futebol (1986), Pedro Mico (1985), Hotshot (1987), Solidão, Uma Linda História de Amor (1989). Foto: Reprodução
ABC – O Rei do Futebol cultiva uma paixão pela música desde a época de jogador. Em 1969, um ano antes do tri na Copa do México, Elis Regina lançou no Brasil o compacto Tabelinha, com duas composições do então atleta. Nove anos depois, ele lançou seu próprio LP, com seis músicas próprias e produção do consagrado Sérgio Mendes, ícone da bossa nova que o conheceu durante sua passagem pelo Cosmos, nos Estados Unidos. Nesse disco, a faixa Cidade Grande era cantada ao lado de Jair Rodrigues. Jair Rodrigues, Wilson Simonal, Gilberto Gil e outros artistas também cantaram músicas suas. No entanto, a cancão mais famosa é ABC, que ele fez para estrelar uma campanha do Ministério da Educação em 1998. Foto: Frame/ TV
SALVADOR DA XUXA – Pelé namorou Xuxa de 1981 a 1986, período em que a apresentadora de TV ficou famosa. No entanto, há um episódio, no mínimo, curioso, sobre esta relação. O prório Pelé conta. “Eu sei que fui importante na vida dela. Fui eu quem, por exemplo, recolheu todas as fotos que ela tinha feito nua. Todas. Falei com os Civita, da Editora Abril, com os Bloch, da Manchete, com o fotógrafo Luís Trípoli, que fazia as fotos dela – tinha foto dela até em cima de táxi, em Nova York, de bunda de fora -, e todos foram muitos legais, compreenderam o meu esforço. Afinal, ela era uma menina sem maldade, muito natural, que encarava a nudez com a maior tranquilidade, tomava banho de sol nua para não ficar com as marcas de biquíni. A minha família não toleraria. O Roberto Civita me deu uma mala de fotos e de negativos. O Adolpho Bloch também e o Trípoli do mesmo jeito. Entreguei tudo para ela e disse: Pronto, está tudo aqui. Ninguém vai usar mais. Quem trabalha com crianças precisa se cuidar”, disse em uma entrevista em 1983. Foto: Arquivo Pessoal
MEA CULPA – Já julgado por ser “Edson” em alguns momentos, Pelé admitiu que é difícil separar o seu nome pessoal do apelido, em 2004. “Tento sempre separar o Pelé do Edson. O Edson é uma pessoa normal de carne e osso, e o Pelé, como diz o próprio título do documentário, é o Pelé Eterno”. Foto: Marcello Casa Jr./Agência Brasil/Fotos Públicas
Deixe um comentário