Docentes de 17 universidades federais e um instituto entraram em greve hoje (28) em 12 estados de acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). A greve abrange docentes e trabalhadores técnico-administrativos de instituições públicas de ensino superior. A paralisação é por tempo indeterminado.
Os profissionais pressionam o governo federal a ampliar os investimentos na educação. Entre as reivindicações, estão melhores condições de trabalho, garantia de financiamento público estável e suficiente às instituições, abertura de concursos públicos e a reestruturação da carreira.
De acordo com o sindicato, a greve foi o último recurso encontrado pelos funcionários para alertar sobre a necessidade de ampliar os investimentos em educação. Eles também querem respostas sobre “o total descaso do Executivo em relação às condições de trabalho e ensino nas Instituições de Ensino Superior (IES), que, segundo a categoria, está “em profunda precarização”.
A Andes informa, em nota, que, após o anúncio da greve no dia 22 de maio, representantes do movimento foram recebidos no Ministério da Educação, mas não obtiveram resposta sobre a pauta de reivindicações. No texto, os docentes lembram que o ministério também negou acordo anteriormente firmado com a Secretaria de Educação Superior sobre pontos conceituais da carreira do professor federal.
A nota destaca também que os cortes no orçamento do MEC têm trazido enormes prejuízos para o desenvolvimento das atividades acadêmicas nas instituições. “Os cortes aprofundam a precarização das condições de trabalho a tal ponto que diversos setores estão inviabilizados de funcionamento”.
Para os docentes, as condições de trabalho e estudo vêm se agravando dia a dia com falta de professores e técnico-administrativos, com a demora, interrupção e não execução de obras programadas. “[Isso] obriga docentes e estudantes a desenvolverem atividades em contêineres, bem como o não pagamento de serviços básicos”, informa a categoria.
O contingenciamento de recursos do Orçamento Geral da União 2015 foi anunciado na semana passada. Os ministérios das Cidades, da Saúde e da Educação lideraram os cortes. Juntas, as três pastas concentram 54,9% do contingenciamento (bloqueio) de R$ 69,946 bilhões de verbas da União. Na área de educação, o contingenciamento totalizou R$ 9,423 bilhões.
Ontem (27), o MEC divulgou uma nota no site na qual se diz aberto ao diálogo.
As universidades federais que estão em greve são as do Acre, Amapá, Amazônia, Pará, do Sul e Sudeste do Pará, Rondônia, Piauí, Rural do Semiárido, de Campina Grande – Patos, Alagoas, Sergipe, Paraíba, do Oeste da Bahia, Mato Grosso, do Mato Grosso – Rondonópolis, da Grande Dourados, Tocantins e Fluminense.
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