A presidenta Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (15) que o governo está comprometido com a recuperação do Rio Doce e com a reparação às vítimas do rompimento da barragem da mineradora Samarco, que destruiu um distrito da cidade de Mariana, em Minas Gerais, no começo de novembro. Dilma citou as principais ações do governo em relação à tragédia.
“A primeira delas sempre foi e é atender às vítimas em seus direitos, ajudando-as a recuperar o que perderam e devolvendo a elas uma vida normal e digna. A segunda é responsabilizar os culpados e instituir a obrigatoriedade de recuperação e reparações tanto por perdas humanas quanto perdas patrimoniais. A terceira é recuperação ambiental e física das áreas e dos mananciais, atingindo sobretudo o nosso Rio Doce, tão importante para os mineiros”, disse em discurso, durante a inauguração do Museu de Congonhas, no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, a 75 quilômetros da capital mineira.
“Nos importa transformar novamente o Rio Doce naquilo que foi outrora, um local com margens reflorestadas, com nascentes preservadas, recuperando inteiramente o rio.”
Mineração
Ao inaugurar o museu, Dilma disse que a inciativa de estímulo ao turismo e à cultura na região ajuda a fortalecer atividades econômicas que diminuam a dependência da mineração em Minas Gerais. “Compartilhamos com a população daqui o esforço para diversificar a base produtiva municipal e da região, diminuindo a dependência da mineração, não acabando com ela, mas diminuindo a dependência. Esse propósito ganhou ainda mais importância após tragédia de Bento Rodrigues, distrito de Mariana, e que atingiu toda a bacia hidrográfica de rio doce até o Espírito Santo e o mar.”
Museu de Congonhas
Construído em parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a prefeitura da cidade mineira, o Museu de Congonhas vai funcionar com uma extensão do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos para que turistas conheçam a história da região.
Dilma disse que a nova construção “nasce para valorizar e preservar um patrimônio artístico da humanidade do país” e que a intenção é transformar o museu em um centro de referências para estudos e pesquisas sobre o Barroco brasileiro. “Muitas outras iniciativas virão para que formemos mais brasileiros nessa necessária e maravilhosa arte da conservação e da preservação de monumentos de pedra, em especial a pedra sabão, tão mineira e tão importante para o que temos de mais belo para conservação do patrimônio histórico.”
Segundo a presidenta, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, o governo pretende restaurar outros elementos da parte histórica de Congonhas, como igrejas e um cineteatro, além de construir um parque ao lado do novo museu.
Polícia Federal
No discurso de cerca de 20 minutos, Dilma não fez nenhuma referência à operação desencadeada hoje pela Polícia Federal, que cumpre mandados de busca e apreensão em endereços de autoridades, entre elas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dois ministros do governo.
Mais cedo, o Palácio do Planalto divulgou nota em que o governo diz esperar que investigações sobre ministros sejam esclarecidas “o mais breve possível” e que “e que a verdade se estabeleça”.
De volta a Brasília, Dilma vai receber, às 15h, representantes de entidades sindicais e empresariais no Palácio do Planalto e, em seguida, participa da 1ª Conferência de Política Indigenista.
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