Dilma muda rota do ajuste e concede mínimo maior para aquecer a economia

Da esquerda para a direita: Barbosa, Dilma e Levy - Foto: Lula Marques/ Agência PT
Da esquerda para a direita: Barbosa, Dilma e Levy – Foto: Lula Marques/ Agência PT

De olho no apoio da esquerda, que respondeu a seus apelos contra o impeachment no final do ano, a presidenta Dilma Rousseff tentou matar dois coelhos de uma só vez com o aumento do salário mínimo acima do que era esperado.

Em uma decisão oposta ao que desejava o antigo ministro da Fazenda Joaquim Levy, Dilma arredondou de R$ 874 para R$ 880 o reajuste do mínimo, um custo extra de R$ 2,9 bilhões para os cofres públicos.

Além de sinalizar aos aliados um afrouxo no aperto fiscal aplicado em 2015 por Levy, Dilma espera que o dinheiro extra na praça ajude a aquecer a economia.

Segundo o governo, o reajuste cumpre a regra que garante o reajuste pela inflação* do ano anterior mais o crescimento da economia de dois anos antes.

O aumento, no entanto, foi de 11,6%, enquanto a inflação acumulada em doze meses está em 10,97% até novembro. Com o PIB de 2014 em 0,1%, o aumento ficaria em cerca de R$ 874, mais próximo dos R$ 871 previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada no Congresso.

O governo, porém, resolveu projetar o acumulado para dezembro, em 11,57%, e arredondou o valor.

Nelson Barbosa

A medida revela o caráter desenvolvimentista do novo ministro da Fazenda, que embora defenda o ajuste foi incumbido de reduzir a dosagem. Levy, seu antecessor, chegou a pedir para adiar o aumento do mínimo de janeiro para maio como medida econômica.

 

 

*Inflação medida pelo INPC


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