Em encontro com juristas em defesa da legalidade e da democracia nesta terça-feira (22), em Brasília, a presidenta Dilma Rousseff denunciou o golpe que está em curso no Congresso Nacional e afirmou: “Eu jamais renunciarei”.
Dilma falou também sobre a estratégia da oposição do “quanto pior, melhor”: “A oposição assumiu essa posição desde o início do segundo mandato, inconformada com o resultado das urnas. Essa estratégia vem sendo uma ação sistemática, antirrepublicana e antidemocrática, que se manifesta em pautas bomba e na busca de motivos falsos e inconsistentes para tirar o mandato a mim outorgado pelo povo brasileiro”.
A presidenta fez menção a Leonel Brizola e à campanha da legalidade por ele liderada, para garantir a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros, em 1961. “Eu jamais imaginei que voltaria a viver um momento que fosse necessário mobilizar a sociedade em torno de uma nova campanha da legalidade depois da ditadura, como estamos fazendo agora. Eu preferia não viver esse momento, mas que fique claro: me sobram energia, disposição e respeito à democracia para fazer o enfrentamento necessário à conjuração que ameaça a normalidade constitucional e estabilidade democrática do País”.
Dilma também criticou a gravação e divulgação de uma conversa sua com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ação autorizada pelo juiz Sergio Moro sem que fosse submetida ao Supremo Tribunal Federal: “A democracia é afrontada e ameaçada quando o encarregado de exercer a Justiça opta por descumprir as leis e a Constituição. Ele não pode assumir como meta condenar adversários ao invés de fazer justiça. Isso é mais do que um crime, é um erro. O encarregado não pode abdicar da imparcialidade, é ela que garante que todos somos iguais perante a lei. Não pode se transformar em militante partidário. Pode ter suas convicções, mas elas não podem iluminar suas decisões. A democracia fica enfraquecida e a Constituição rasgada quando diálogos da presidência são gravados e divulgados sem autorização do STF, numa evidente violação da segurança nacional”.
A presidenta falou que se dirigia aos presentes de “consciência tranquila” pelo fato de não ter cometido nenhum crime de responsabilidade e não haver nada que justifique interromper o seu mandato presidencial. “Condenar alguém por um crime que não praticou é a maior violência que possa cometer contra qualquer pessoa, é uma injustiça brutal. Já fui vítima de uma injustiça como essa na ditadura. E lutarei para não ser vitima de novo em plena democracia”.
Deixe um comentário