Dobro da produção de petróleo, até 2020

Dando início aos debates do quarto Seminário Rumos da Economia, que discute o tema Investimento em Infraestrutura: Base do Desenvolvimento, Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras, apresentou perspectivas otimistas e afirmou que as atividades de exploração do Pré-Sal permitirão ao País ter um salto significativo na produção diária de barris de petróleo, partindo dos atuais 2 milhões/dia, para 4,2 milhões até 2020. Nossa reserva atual que, hoje, é de 15,7 bilhões de barris, deverá chegar a 30 bilhões no mesmo período.  

Para tanto, afirmou Graça Foster, a Petrobras prevê investimentos da ordem de US$ 236,7 bi. Os recursos serão investidos em menor escala no Nordeste do País, onde a exploração do Pré-Sal, iniciada em 2006, foi priorizada, e deverá concentrar, até 2017, US$ 127 bi destinados ao Sul e ao Sudeste do Brasil onde a exploração ainda é incipiente. Investimentos expressivos também serão feitos na exploração de gás, para que a capacidade produtiva triplique, até 2020 – atualmente, o Brasil produz 35 milhões de m³/dia, e esse número deverá saltar para 94 milhões de m³/dia.

Graça Foster enfatizou também que tais perspectivas de crescimento convergem com as recentes transformações sociais do País: “É um crescimento que vem acompanhando da inclusão de novos consumidores no mercado doméstico. A demanda cresceu e, para a Petrobras, quanto maior o consumo melhor”. Graça Foster disse, ainda, que tal cenário positivo tem sido otimizado com a atual solidez de nossa capacidade de refino e o sucesso exploratório que, mesmo sem o incremento de novas refinarias, proporcionou, no último ano, um acréscimo de mais de 150 mil barris/dia.

A franca ascensão do consumo de combustíveis pode ser mensurada em números de 2011. O consumo de gasolina, no País, teve um aumento de 73%, ao passo que, no mundo, essa elevação chegou a tímidos 17%. Atestando a inserção da classe C brasileira nos serviços prestados pela aviação comercial, segundo Graça Foster, também em 2011, houve uma elevação de 58% do consumo do querosene de aviação – no mundo esse número sofreu depreciação de – 3%.

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A presidente da Petrobras assegurou, ainda, que haverá, até 2020, um crescimento acentuado na produção de derivados de petróleo, como os fertilizantes – o Brasil tem potencial para ser um dos maiores fornecedores do insumo no mundo. Atualmente, em Três Lagoas (MS), está sendo construída uma planta de produção de fertilizantes que, afirmou Graça Foster, será a maior da América Latina. Com relação a longevidade de nossos recursos, a presidente da Petrobras lembrou que temos, hoje, campos de exploração maduros e produtivos, como de Candeias (BA), que entrou em atividade há mais de 70 anos e segue em plena atividade.  

Além dos pesados recursos, a Petrobras vem também aprimorando sua própria gestão para evitar desperdícios. Segundo Graça Foster, até 2016, a empresa tem um compromisso de reduzir em R$ 32 bi seus custos operacionais. “As operações exigem disciplina e muita atenção para que possamos produzir o que planejamos, mas tudo está em em construção. As atividades foram licitadas e estão sendo executadas dentro do cronograma. Somente nesse primeiro trimestre de 2013, investimos R$ 19,8 bi. E, no segundo, esses investimentos serão ainda maiores”.

Consequência imediata desse cenário otimista, as atividades que suportam tal crescimento, como as da indústria naval, também “surfam” na onda desenvolvimentista do Pré-Sal.  Graça Foster afirmou que os incrementos da exploração fizeram “renascer a indústria naval do País”. Uma série de estaleiros estão sendo reequipados, outros, sendo construídos, como o Jurong Anacruz (ES), que deverá ser concluído em junho de 2014, e o Enseada do Paraguaçu (BA), com término das obras previsto para dezembro de 2014.  

Em 3 de outubro, a Petrobras vai celebrar 60 anos. Atualmente, a empresa dispõe de 50 plataformas de exploração, número que deverá chegar a 84, até 2020. Até o fim de 2013, sete novas plataformas entrarão em ação no País, crescimento que será determinante para a criação de negócios em diversas áreas. “Quando o petróleo cresce, trabalha toda a infraestrutura logística do País”, reiterou Graça Foster, que também afirmou que a Petrobras tem “zelo” pelo Nordeste do País.  “Quando uma grande explorador de petróleo chega numa região, o desenvolvimento econômico vem junto com ele.”

Sobre as recentes quedas dos valores das ações da Petrobras, a presidente da companhia esclareceu que trata-se de algo natural, pois há uma grande expectativa do mercado e tais oscilações são previsíveis, mas que há muita solidez nos planejamentos: “A medida que temos uma produção maior e um esforço sobre-humano para colocar sete novas unidades exploratórias em atividade ainda nesse ano – e já temos quatro concluídas –  as ações voltarão a valores razoáveis e vamos reconquistar a confiança do mercado. Os analistas e os investidores reagirão imediatamente. Admito um constrangimento enorme de minha parte, com relação às perdas dos investidores, mas defendemos um trabalho transparente, e vamos trabalhar duro para reconquistar mercado.” Graça Foster ressaltou ainda que, até 2017, os consumidores terão redução de custo de petróleo e derivados, reflexo desses investimentos.


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