E.E. Ana Rosa é a sétima escola ocupada contra as medidas de Alckmin

Foto: Reprodução/ Facebook O Mal Educado
Foto: Reprodução/ Facebook O Mal Educado

Na manhã desta sexta-feira (14) o movimento pela ocupação de escolas estaduais em São Paulo continua intenso.  A Escola Estadual Ana Rosa, situada no bairro da Vila Sônia, foi a sétima instituição ocupada por estudantes e alunos nesta semana. Nesta quinta-feira (13), duas escolas também foram ocupadas por estudantes: Escola Estadual Castro Alves, em Santana, e a Escola Estadual Heloisa Assumpção, situada em Osasco. Em todas as escolas existem viaturas e policiais militares acompanhando as ocupações.

De acordo com relatos nas redes sociais, em páginas como O Mal Educado e Não Fechem Minha Escola, que estão cobrindo de perto as ocupações, policiais militares tentaram impedir a organização de uma assembleia na E.E. Ana Rosa que visava debater a ocupação. Mesmo assim os alunos conseguiram se reunir e ocuparam as dependências da escola.  Já na E.E. Heloisa Assumpção, em Osasco, os alunos ocupam a escola desde a tarde desta quinta.

Na Escola Estadual Castro Alves, zona norte da capital, ocupada também na tarde desta quinta, os alunos e professores organizaram uma assembleia no período noturno para organizar a ocupação. Como noticiado, as escolas Fernão Dias Paes, na zona oeste, Valdomiro Silveira, em Santo André, Salvador Allende, na zona leste e Diadema continuam ocupadas.

Foto: Reprodução/ Facebook O Mal Educado
Tropa de Choque chegando na Escola Fernão Dias – Foto: Reprodução/ Facebook O Mal Educado

A situação mais delicada é na Fernão Dias Paes.  Na noite desta quinta-feira, ainda não se sabe por qual razão, a Tropa de Choque da Polícia Militar foi chamada e arremessou bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes. Uma pessoa foi detida e liberada logo em seguida. Segundo informações do G1, O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou nesta quinta-feira (12) a reintegração de posse da Escola Estadual Fernão Dias Paes. De acordo com o juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 5ª Vara de Fazenda Pública, os alunos têm 24 horas para deixar o local após a intimação, e se isso não acontecer eles as pessoas serão “retiradas coercitivamente”.

Em Diadema, no primeiro movimento de ocupação registrado, os alunos também continuam nas salas da escola, e diversas atividades já estão sendo programadas para os estudantes não perderem dias de aula. Segundo um relato de uma aluna que está participando da ocupação, divulgado nas redes sociais, “os alunos se dividem em comissões, e assim abrangemos e cuidamos de várias áreas. Limpeza, segurança e alimentação é organizada por nós mesmo e a ocupação vai durar o quanto for necessário.”

Escola Estadual Ana Rosa também foi ocupada por estudantes - Foto: Reprodução/ Facebook O Mal Educado
Escola Estadual Ana Rosa também foi ocupada por estudantes – Foto: Reprodução/ Facebook O Mal Educado

Já na Escola Estadual Salvador Allende,no extremo leste de São Paulo, a ocupação começou na madrugada desta quinta-feira. Nesta sexta, a página no Facebook “Ocupação Salvador Allende” publicou que o Tribunal de Justiça já emitiu uma liminar para reintegração de posse na escola, mas até o momento os alunos não foram notificados. Está prevista para às 15h um audiência de reconciliação com a Apeoesp (Sindicato dos Professores de São Paulo).

No ABC paulista, na cidade de Santo André, a Escola Estadual Valdomiro Silveira também amanheceu ocupada nesta quinta-feira. Sob os gritos de “não fecharão”, dezenas de alunos e professores ocuparam as salas da escola. Existe uma grande possibilidade de outras escolas serem ocupadas nas próximas horas. Na manhã desta sexta dezenas de alunos se reuniram em uma assembleia para decidir sobre a ocupação da Escola Estadual Carlos Gomes, no centro de Campinas.

A “reorganização” de Geraldo Alckmin

As ocupações promovidas por alunos e estudantes nas escolas estaduais tem como objetivo derrubar o plano de reestruturação da educação no Estado. O governador Geraldo Alckmin anunciou em setembro que pretende fechar 94 escolas. Já a Apeoesp (Sindicato dos Professores de São Paulo) diz que mais de 1,400 escolas serão fechadas na capital, o que vai influenciar na vida de milhares de famílias. Na Escola Estadual Fernão Dias, por exemplo, os planos de “reorganização” de Alckmin pretendem acabar com os ensinos fundamentais I e II, mantendo apenas o ensino médio. Já na Escola Estadual de Diadema, o governo vai acabar com o período noturno. A expectativa é que nos próximos dias outras escolas do Estado sejam ocupadas por estudantes e docentes a fim de pressionar o governo para rever estas medidas.


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