“É inaceitável uma invasão da polícia a uma escola”, diz Erundina com secundaristas

Estudantes resistem à ação da Polícia Militar - Foto: O Mal Educado
Estudantes resistem à ação da Polícia Militar – Foto: O Mal Educado

Na manhã da última segunda-feira (2), a Polícia Militar de São Paulo invadiu o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, que estava ocupado por estudantes secundaristas desde a última quinta-feira (28). Os estudantes reivindicam melhorias no fornecimento da merenda escolar.

O secretário de segurança pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, esteve pessoalmente no local pela manhã, na região da Luz, centro da capital paulista. Ele é um dos que foram cotados para assumir cargo em um eventual governo de Michel Temer.

A polícia alegou que sua presença era necessária para resguardar a segurança dos funcionários. Por outro lado, representantes dos funcionários pediam que a polícia deixasse o local, uma vez que não havia ameaças por parte dos estudantes.  

Na sexta-feira (29), o juiz Fernão Borba Franco expediu documento solicitando a reintegração de posse sob alegação de que “pessoas incertas e não identificadas” teriam “invadido” a escola. Mas um oficial de justiça nunca chegou a entregar o mandado. 

A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) esteve na ocupação para intervir na negociação com a PM, assim como o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) e o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Giannazi e Suplicy se reuniram com a diretora-superintendente do CEETEPS, Laura Laganá, e se ofereceram para mediar uma conversa entre uma comissão de estudantes e o vice-governador de São Paulo, Márcio França, a princípio nesta terça-feria (3). Os parlamentares consideraram ilegal a invasão da PM. “Vamos ajudar a abrir o diálogo e a tentar resolver esse impasse. É uma coisa tão simples: reivindicar a melhoria da merenda. É inaceitável uma invasão da polícia a uma escola”, disse Erundina.

No começo da noite, um mandado expedido pelo juiz Luiz Manuel Pires, da Justiça de São Paulo, deu 72 horas para que a Secretaria de Segurança Pública do Estado se explicasse sobre a invasão e permanência da Polícia Militar, com sua Força Tática, na escola. 

Os secundaristas decidiram manter a ocupação ao Centro Paula Souza até que a situação da merenda nas Escolas Técnicas seja resolvida. Há problemas no fornecimento e muitos estudantes não recebem o lanche. O Centro Paula Souza é uma autarquia do governo do estado de São Paulo e administra 219 Etecs.


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